terça-feira, 13 de abril de 2010

Farei o Meu Destino

Ficha Técnica

Farei o meu destino
Autor: Miguel Carqueija
Editora: Giz Editorial
Páginas: 124
Ano: 2008

Sinopse:
Num futuro pós-apocalíptico, seis meninas fogem de um orfanato. A líder, Diana, guiada por seres que aparecem em sonhos, leva as cinco amigas não só para a liberdade como para o destino que as aguarda. Isso tendo como inimigas a obstinada madre Ema, superiora do orfanato, e forças sobrenaturais malignas que estão muito além do que poderiam imaginar.

A proposta de Carqueija, anunciada no prefácio, é produzir um texto de ficção científica para jovens, já que, segundo ele, os autores nacionais do gênero não se preocupam com esse público.

Com isso busca neste romance conduzir uma narrativa enxuta, com personagens principais dentro da faixa etária de seus possíveis leitores, referências aos mangás e a alguns filmes recentes (Homens de Preto é um exemplo) e carregada de aventura, com um desfecho empolgante.

Estes são os acertos de Carqueija. Ele comete, porém, alguns equívocos que tiram um pouco do brilho de seu livro. Em primeiro lugar, está a linguagem. De quando em quando o autor lança um termo excessivamente rebuscado, que leva até leitores com uma boa bagagem cultural a consultar o dicionário. E isso às vezes na boca de um personagem muito jovem, que acabou de falar uma gíria.

Um outro ponto está na construção da história. Logo no primeiro capítulo a personagem principal mata de forma brutal seu algoz, assustando alguns leitores mais sensíveis, sem que isso deixe uma marca muito profunda na psiquê da menina.

Para ser enxuto, o autor fez alguns cortes no enredo, algumas vezes sacrificando o desenrolar da narrativa. Um deles é a cooptação de um dos personagens que "muda de lado", sem que seja mostrado como isto aconteceu, perdendo a chance de criar algumas cenas dramáticas e de mostrar parte do poder da principal antagonista.

Outro ponto onde deixa a desejar é a redenção muito rápida de alguns antagonistas após a derrota do "mal maior", ficando um quê de deus ex-machina.

Apesar das ressalvas, o livro cumpre o seu papel, podendo agradar o público a que se destina, sobretudo por causa da luta final muito bem construída.

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