O Diário de Bordo de Phileas Fogg (The Other Log of Phileas Fogg)
Autor: Philip José Farmer
Tradutor: Marisa Gomes
Editora: Francisco Alves
Páginas: 236
Ano: 1987
Sinopse: Ao se ler A Volta ao Mundo em 80 dias, de Julio Verne, percebe-se algumas incongruências na trama, que só teriam sentido se Julio Verne na realidade estivesse ocultando uma outra história, mais fantástica que uma simples circunavegação no mundo em tempo recorde.
Atenção, contém spoilers!
O autor Philip José Farmer em O Diário de Bordo de Phileas Fogg imagina uma trama onde Paspartout e Fogg são na realidade extraterrestres infiltrados no nosso planeta, os Eridaneans, em eterna guerra com seus inimigos, os Capellans, ao qual Fix está subordinado.
Neste contexto, só pode aproveitar bem o livro quem conhece a trama original de Julio Verne e não ser fanático para acompanhar o romance e suportar a iconoclastia feita ao autor de A volta ao Mundo em 80 dias, como a alguns personagens (Nemo, sobretudo) e a alguns romances mais conhecidos, como Vinte Mil Léguas Submarinas e A Ilha Misteriosa. Tudo isto carregado com um humor inteligente. Ao final um "ensaio" coloca Sherlock Holmes no mesmo contexto da guerra entre alienígenas.
Uma boa e corajosa idéia, sem dúvida. Porém com um grande defeito. Farmer optou por criar um distanciamento inicial, colocando a narrativa nas mãos de um personagem que era um pesquisador isento. Este personagem foi quem teve acesso a partes do diário de Phileas Fogg. Ao narrar como uma reportagem ou ensaio, torna o texto artificial demais e a leitura aborrecida. O autor se solta um pouco mais no ultimo terço da narrativa, mas alguns leitores já teriam abandonado a obra bem antes.
O contexto vitoriano e o uso de personagens conhecidos da época transforma este livro em precursor do gênero Steampunk, uma vez que foi escrito em 1973, cerca de 20 anos antes da eclosão deste movimento dentro da literatura de Ficção Científica.
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