Título: A Seita do Caos
Autor: J.P. Balbino
Editora: All Print Editora
Páginas: 184
Autor: J.P. Balbino
Editora: All Print Editora
Páginas: 184
Ano: 2008
Sinopse: Klaus Lennertz descobriu a cura para o IUS - um vírus extremamente letal que poderia ao longo do tempo exterminar a humanidade. Na realidade, ela apenas o colocou sob controle e vem a descobrir, por meio de uma denuncia, que o vírus pode voltar a qualquer momento. E, pior, quem deseja a volta é a organização que o criou, a Orbes Lucis, um seita que usa a Teoria do Caos para controlar o mundo. A partir de então, o médico, sua namorada Aline, seu irmão Kaio – um criminoso bastante perigoso e Bruno, o braço direito do irmão de Klaus, buscam desesperadamente fazer as ações corretas que evitariam o ressurgimento do vírus.
Romances de ficção científica em que uma teoria está em foco podem tender a serem um tanto parados, quando o autor busca de alguma forma explicar a teoria envolvida, chegando algumas vezes se tornarem tão chatos como um péssimo livro didático. Não é o que acontece neste livro. Balbino coloca a ação rapidamente em primeiro plano, compondo um triller policial muito bem conduzido. O centro da ação é em primeiro lugar, escapar vivo, depois descobrir o que está acontecendo e finalmente resolver a parada, nem que seja à bala.
Klaus terá atrás de si não só as várias facções da seita, como também a polícia e grupos paramilitares, todos interesados em impedir a qualquer custo seus passos.
O autor consegue envolver o leitor sem perder o fôlego em nenhum momento, nem mesmo quando explica a teoria do caos e o processo de criar e destruir o vírus.
Balbino também sabe colocar obstáculos bem elaborados de forma a aumentar o suspense.
Atenção: contém spoilers daqui pra frente!
Porém, peca e feio no final. Na tentativa de criar um desfecho surpreendente, transforma-o num samba do crioulo doido. Reviravoltas, traições de todos os lados, cooptações, fazem tudo dar umas dez voltas de 360 graus.
Reviravoltas são formas importantes de criar interesse numa obra (como ocorre no filme Os Inflitrados), mas elas tem que ser consistentes e coerentes com o enredo. Não é o caso aqui. Tem-se a impressão que o autor guardou todas as surpresas para o fim, uma desfazendo a outra que por sua vez é desfeita por uma terceira, sem que haja um mínimo de preparo no texto pra que isto aconteça, lembrando o final do filme Assassinato por Morte, uma comédia que justamente critica este tipo de final.
Por exemplo, a descoberta repentina de que dois personagens são andróides. Tudo bem, se o os andróides fizessem parte do contexto da época em que viviam. A ideia de futuro anunciada no início do romance é um tempo um pouco mais tecnológico que o hoje. As armas ainda atiram balas, os carros, apesar de serem rigidamente controlados pela polícia, ainda são de combustão interna. Mas não existem robôs na rua, nem como barman ou motorista de taxi. Não que os robôs não pudessem fazer parte deste contexto, pois uma outra tecnologia improvável neste futuro próximo, o teletransporte, é descrita como parte do contexto sem que isso parecesse estranho. O que fica estranho é que um dos personagens de repente ser apenas um robô num mundo sem robôs.
Outra coisa difícil de engolir são as ações de Aline, a namorada de Klaus, que no final se revela ser uma espiã da Orbes. Aqui há uma tentativa de ocultar o inimigo entre os amigos de forma a causar uma forte surpresa no leitor. Porém, se a Orbes consegue inflitrar alguém tão próximo a Klaus, por que tramou a morte do médido de forma tão mirabolante? Era só pedir para a moça matá-lo na primeira oportunidade!
E por fim, a ressureição de Klaus, por meio das ações regidas pela Teoria do Caos. Muito forçada e desnecessária. Ele podia continuar bem morto e só ser lembrado pelo seu irmão com saudades.
Apesar destes defeitos apontados, o livro tem seus méritos, como romance de ação e suspense. A leitura é agradável e os personagens bem construídos, sobretudo Kaio, o irmão do médico.
Sinopse: Klaus Lennertz descobriu a cura para o IUS - um vírus extremamente letal que poderia ao longo do tempo exterminar a humanidade. Na realidade, ela apenas o colocou sob controle e vem a descobrir, por meio de uma denuncia, que o vírus pode voltar a qualquer momento. E, pior, quem deseja a volta é a organização que o criou, a Orbes Lucis, um seita que usa a Teoria do Caos para controlar o mundo. A partir de então, o médico, sua namorada Aline, seu irmão Kaio – um criminoso bastante perigoso e Bruno, o braço direito do irmão de Klaus, buscam desesperadamente fazer as ações corretas que evitariam o ressurgimento do vírus.
Romances de ficção científica em que uma teoria está em foco podem tender a serem um tanto parados, quando o autor busca de alguma forma explicar a teoria envolvida, chegando algumas vezes se tornarem tão chatos como um péssimo livro didático. Não é o que acontece neste livro. Balbino coloca a ação rapidamente em primeiro plano, compondo um triller policial muito bem conduzido. O centro da ação é em primeiro lugar, escapar vivo, depois descobrir o que está acontecendo e finalmente resolver a parada, nem que seja à bala.
Klaus terá atrás de si não só as várias facções da seita, como também a polícia e grupos paramilitares, todos interesados em impedir a qualquer custo seus passos.
O autor consegue envolver o leitor sem perder o fôlego em nenhum momento, nem mesmo quando explica a teoria do caos e o processo de criar e destruir o vírus.
Balbino também sabe colocar obstáculos bem elaborados de forma a aumentar o suspense.
Atenção: contém spoilers daqui pra frente!
Porém, peca e feio no final. Na tentativa de criar um desfecho surpreendente, transforma-o num samba do crioulo doido. Reviravoltas, traições de todos os lados, cooptações, fazem tudo dar umas dez voltas de 360 graus.
Reviravoltas são formas importantes de criar interesse numa obra (como ocorre no filme Os Inflitrados), mas elas tem que ser consistentes e coerentes com o enredo. Não é o caso aqui. Tem-se a impressão que o autor guardou todas as surpresas para o fim, uma desfazendo a outra que por sua vez é desfeita por uma terceira, sem que haja um mínimo de preparo no texto pra que isto aconteça, lembrando o final do filme Assassinato por Morte, uma comédia que justamente critica este tipo de final.
Por exemplo, a descoberta repentina de que dois personagens são andróides. Tudo bem, se o os andróides fizessem parte do contexto da época em que viviam. A ideia de futuro anunciada no início do romance é um tempo um pouco mais tecnológico que o hoje. As armas ainda atiram balas, os carros, apesar de serem rigidamente controlados pela polícia, ainda são de combustão interna. Mas não existem robôs na rua, nem como barman ou motorista de taxi. Não que os robôs não pudessem fazer parte deste contexto, pois uma outra tecnologia improvável neste futuro próximo, o teletransporte, é descrita como parte do contexto sem que isso parecesse estranho. O que fica estranho é que um dos personagens de repente ser apenas um robô num mundo sem robôs.
Outra coisa difícil de engolir são as ações de Aline, a namorada de Klaus, que no final se revela ser uma espiã da Orbes. Aqui há uma tentativa de ocultar o inimigo entre os amigos de forma a causar uma forte surpresa no leitor. Porém, se a Orbes consegue inflitrar alguém tão próximo a Klaus, por que tramou a morte do médido de forma tão mirabolante? Era só pedir para a moça matá-lo na primeira oportunidade!
E por fim, a ressureição de Klaus, por meio das ações regidas pela Teoria do Caos. Muito forçada e desnecessária. Ele podia continuar bem morto e só ser lembrado pelo seu irmão com saudades.
Apesar destes defeitos apontados, o livro tem seus méritos, como romance de ação e suspense. A leitura é agradável e os personagens bem construídos, sobretudo Kaio, o irmão do médico.
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