quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sombras da Noite ou Johnny Depp Vampiro


Título Original: Dark Shadows
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August
Elenco: Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter,Eva Green, Jackie Earle Haley, Jonny Lee Miller, Chloë Grace Moretz, Bella Heathcote
Produção: Estados Unidos
Ano: 2012 

Sinopse: Em 1752, Barnabas Collins, o herdeiro do de uma rica família inglesa radicada nos EUA, seduz e abandona Angelique, desconhecendo que ela era uma bruxa. A moça se vinga transformando-o em um vampiro e o enterrando vivo. Em 1972, quase 200 anos depois, Barnabas é desenterrado por trabalhadores de uma construção e, ao ser desperto, volta para sua propriedade, tentando encontrar descendentes de sua família.

Baseado em uma série de TV dos anos 60, o filme Sombras da Noite pode ser classificado com gênero “Terrir”, com estrutura similar à da Família Adams, porém um pouco mais sangrento.

O humor está centrado no anacronismo do personagem, contrastando com o que descobre no, para ele, futuro, principalmente o comportamento típico dos anos 70 da adolescente Carolyn, uma de suas descendentes. É particularmente hilariante a cena em que ele está entre hippies numa roda de baseado, onde suas referências anacrônicas e góticas se parecem com o delírio dos fumantes.

Outra cena hilariante é o seu reencontro (literalmente de arrasar) com Angelique, uma das melhores cenas do filme.

Outro ponto forte é a trilha sonora, toda baseada em hits dos anos 70 começando por Nights in White Satin, dos Moody Blues, que abre o filme.


Nigth in white satin - Moody Blues


 Há também outras escolhidas a dedo: Stooges, Carpenters, T-Rex e  Alice Cooper, que aparece representando a si mesmo numa festa promovida por Barnabas.


Alice Cooper - The Ballad Of Dwight Fry

Pontos negativos (cuidado spoiler)

O filme funciona muito bem como comédia, de forma que algumas falhas de enredo podem ser perdoadas, porém uma delas precisa ser apontada. Na luta final, um dos personagens sofre uma transformação que é importante para resolução do conflito entre o vampiro e a bruxa, mas a sua possibilidade é apenas insinuada muito sutilmente no início do filme. E a bruxa se dá ao trabalho de explicar a causa desta transformação no meio da luta! Beira a Deus ex machina.

Johnny Depp está bem à vontade, mais uma vez na pele de um tipo esquisito. Todavia, o ator precisa tomar mais cuidado, pois está ficado maneirista. Todos os personagens representados por ele acabam parecendo o mesmo. Isso pode não incomodar hoje, mas pode acabar cansando até seus fãs.



Por fim há merchandising muito mal disfarçados (embora um deles tenha rendido uma ótima piada).

Um bom filme, que vale pelo seu humor.


Trailler


NerdShop

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domingo, 10 de junho de 2012

Prometheus


Direção: Ridley Scott
Roteiro: John Spaihts e Damon Lindelof
Elenco:  Noomi Rapace, Michael Fassbender, Guy Pearce, Idris Elba, Logan Marshall-Green, Charlize Theron
Produção: EUA
Ano: 2012
Duração: 124 min.
Estreía: 15/06/2012.


Sinopse: Na Terra, em 2089, a Doutora Elizabeth Shaw e seu marido Charlie Holloway estão investigando uma série de pintura rupestres e escritas antigas, que aparentemente apontam para um conjunto de astros. A cientista acredita que sejam indicios fortes de uma visita de extra terrestres num passado remoto e a partir dos dados coletados conseguem localizar o ponto no espaço. Partem na nave Prometheus em busca de uma possivel civilização. O que encontram são apenas ruínas e a algo mais.

Visualmente bonito e com personagens bem desenhados e boas atuações dos atores que os representam, sobretudo de Noomi Norén (Elizabeth Shaw), Charlize Theron (Meredith Vickers) e Michael Fassbinder (o androide David).




Michael Fassbinder é um andróide que tem que ocultar as verdadeiras funções da missão. Ele encarna muito bem uma das coisas que me disseram sobre inteligência artificial: se um dia um robô tivesse consciência e inteligência iguais às de um humano, ele seria um psicopata. E é isso que David é: um andróide psicopata. Não um serial killer, mas um refinado cínico, capaz de matar sim, mas apenas para atingir seus objetivos (alguns deles pessoais, como o filme dá a entender). Sem culpa e sem dor emocional. Um desempenho magistral de Fassbinder.


Você levaria um destes pra casa?

Charlize Theron faz o papel de Meredith Vickers, a fria, calculista e bela chefe da missão. Ela também tem objetivos ocultos pelos quais mataria se preciso fosse e faz um jogo de estratégia tácito contra David, cada um procurando executar seus próprios objetivos, às vezes colaborando um com o outro e outras se digladiando, de formas bem sutis.


Meredith Vickers

Já o personagem de Noomi Norén, Elizabeth Shaw é uma Rippley muito melhorada, tanto como personagem (a coragem para se manter viva e seguir em frente com seu propósito, correndo todos os riscos e mantendo sua integridade física e mental), como com a atuação da atriz que a representa. Noomi faz o espectador torcer por Elizabeth Shaw. Sem isso, o que seria do suspense?


Elizabeth Shaw

Riddley Scott procurou fugir do enredo original de Alien, o 8° Passageiro, deixando-o como se fosse uma referencia apenas, e se concentrou em criar uma história original. Coloca como motivação básica da maioria dos envolvidos a busca pela origem da espécie humana e calca-se em cima da teoria ufológica dos astronautas antigos. Os deuses do passado seriam alienígenas que nos visitaram ou, numa visão mais radical, nos plantaram aqui. Essa é a motivação de Elizabeth Shaw, que tem uma visão mística deste possível contato: quer encontrar com o criador da raça humana e descobrir os propósitos desta criação.


Trailer

Talvez aí se encontre um ponto fraco do enredo. Alguém que crê no transcendente (isso é demonstrado no filme pela presença do crucifixo no pescoço de Elizabeth) não vê como ponto final a descoberta de um ser igualmente mortal que o criou. Curiosamente isso nos é contado pela própria personagem. E empresas não gastam trilhões de dólares apenas para ver Deus.

Todavia, Riddley Scott consegue ao longo do filme dar verossimilhança a este propósito (apelando para algo mais tangível, que é a busca da imortalidade e colocando os personagens numa visão crítica aos supostos criadores) e as coisas voltam aos trilhos.

O suspense e as cenas de ação são muito bem conduzidas. O efeito 3D é muito bom e usado sem exageros (ou seja, sem objetos sendo jogados na platéia), aumentado a sensação de realidade.




O final fecha muito bem o enredo e o coloca no caminho de Alien, porém dá margem a continuações.

Excelente filme!