domingo, 10 de junho de 2012

Prometheus


Direção: Ridley Scott
Roteiro: John Spaihts e Damon Lindelof
Elenco:  Noomi Rapace, Michael Fassbender, Guy Pearce, Idris Elba, Logan Marshall-Green, Charlize Theron
Produção: EUA
Ano: 2012
Duração: 124 min.
Estreía: 15/06/2012.


Sinopse: Na Terra, em 2089, a Doutora Elizabeth Shaw e seu marido Charlie Holloway estão investigando uma série de pintura rupestres e escritas antigas, que aparentemente apontam para um conjunto de astros. A cientista acredita que sejam indicios fortes de uma visita de extra terrestres num passado remoto e a partir dos dados coletados conseguem localizar o ponto no espaço. Partem na nave Prometheus em busca de uma possivel civilização. O que encontram são apenas ruínas e a algo mais.

Visualmente bonito e com personagens bem desenhados e boas atuações dos atores que os representam, sobretudo de Noomi Norén (Elizabeth Shaw), Charlize Theron (Meredith Vickers) e Michael Fassbinder (o androide David).




Michael Fassbinder é um andróide que tem que ocultar as verdadeiras funções da missão. Ele encarna muito bem uma das coisas que me disseram sobre inteligência artificial: se um dia um robô tivesse consciência e inteligência iguais às de um humano, ele seria um psicopata. E é isso que David é: um andróide psicopata. Não um serial killer, mas um refinado cínico, capaz de matar sim, mas apenas para atingir seus objetivos (alguns deles pessoais, como o filme dá a entender). Sem culpa e sem dor emocional. Um desempenho magistral de Fassbinder.


Você levaria um destes pra casa?

Charlize Theron faz o papel de Meredith Vickers, a fria, calculista e bela chefe da missão. Ela também tem objetivos ocultos pelos quais mataria se preciso fosse e faz um jogo de estratégia tácito contra David, cada um procurando executar seus próprios objetivos, às vezes colaborando um com o outro e outras se digladiando, de formas bem sutis.


Meredith Vickers

Já o personagem de Noomi Norén, Elizabeth Shaw é uma Rippley muito melhorada, tanto como personagem (a coragem para se manter viva e seguir em frente com seu propósito, correndo todos os riscos e mantendo sua integridade física e mental), como com a atuação da atriz que a representa. Noomi faz o espectador torcer por Elizabeth Shaw. Sem isso, o que seria do suspense?


Elizabeth Shaw

Riddley Scott procurou fugir do enredo original de Alien, o 8° Passageiro, deixando-o como se fosse uma referencia apenas, e se concentrou em criar uma história original. Coloca como motivação básica da maioria dos envolvidos a busca pela origem da espécie humana e calca-se em cima da teoria ufológica dos astronautas antigos. Os deuses do passado seriam alienígenas que nos visitaram ou, numa visão mais radical, nos plantaram aqui. Essa é a motivação de Elizabeth Shaw, que tem uma visão mística deste possível contato: quer encontrar com o criador da raça humana e descobrir os propósitos desta criação.


Trailer

Talvez aí se encontre um ponto fraco do enredo. Alguém que crê no transcendente (isso é demonstrado no filme pela presença do crucifixo no pescoço de Elizabeth) não vê como ponto final a descoberta de um ser igualmente mortal que o criou. Curiosamente isso nos é contado pela própria personagem. E empresas não gastam trilhões de dólares apenas para ver Deus.

Todavia, Riddley Scott consegue ao longo do filme dar verossimilhança a este propósito (apelando para algo mais tangível, que é a busca da imortalidade e colocando os personagens numa visão crítica aos supostos criadores) e as coisas voltam aos trilhos.

O suspense e as cenas de ação são muito bem conduzidas. O efeito 3D é muito bom e usado sem exageros (ou seja, sem objetos sendo jogados na platéia), aumentado a sensação de realidade.




O final fecha muito bem o enredo e o coloca no caminho de Alien, porém dá margem a continuações.

Excelente filme!


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