domingo, 30 de outubro de 2011

Auxiliares para escritores


Todos que um dia tentaram escrever sentiram falta em algum momento de algo mais formal e organizado para auxiliá-lo na sua escrita que não fossem as velhas aulas de redação da escola.

Alguns escritores costumam dar dicas, de forma organizada ou não, sobre o seu jeito de escrever. E alguns escreveram livros.

Começarei com os livros de Silvia Adela Kohan, recentemente lançados pela editora Gutemberg. Comentarei dois deles, Como Narrar uma História e Como Escrever Diálogos. Ambos são bem didáticos e bastante aconselháveis para quem quer por a mão na massa, tem uma boa ideia, mas não sabe por onde começar. Isso não invalida sua leitura por quem já escreve há algum tempo e quer melhorar sua escrita. Às vezes é muito bom ver dentro de uma estrutura mais organizado aquilo que a gente já sabe empiricamente. Isso é proveitoso até para quem escreve muito bem.


Um outro livro que eu li com bastante interesse foi A Arte da Ficção, de David Lodge, da LP&M pocket (título original The Art of Fiction, tradução de Guilherme da Silva Braga). O livro é uma coletânea de artigos que saíram semanalmente em dois jornais americanos, o Washington Post e o Independent on Sunday. Ele se propõe a mostra vários elementos que compõe o romance, literalmente do começo ao fim: o primeiro artigo é O Começo e o último, obviamente, O Fim.

Em cada capítulo é feito com base em algumas citações de autores ingleses e americanos, e a partir delas, constrói seu texto. A maioria dos livros é bem conhecida do público em geral, mas não é fundamental conhecer a obra citada, pois David Lodge quase sempre contextualiza o texto para o leitor.

São 50 capítulos, abrangendo a estrutura do romance, alguns de seus elementos, como a ambientação, o diálogo, a construção dos nomes de personagens, o título; recursos narrativos, como o suspense, o mistério, o estranhamento; estilos literários como o surrealismo, o realismo mágico, o simbolismo; tipos de romance, como o experimental, o cômico, a metaficção; e a linguagem, como o uso da gíria, a diferenças de linguagens de acordo com o personagem.

Vale ressaltar que o autor dá a devida importância a Ficção Cientítica, dedicando-lhe o capítulo O Futuro Imaginado (usou 1984 como exemplo) e à Literatura Fantástica (usou Edgar Allan Poe como exemplo), dedicando-lhe o capitulo O estranho. Ele usou também como exemplo A LaranjaMecânica, quando falou sobre romances de ideias. Uma observação interessante: quando ele falou sobre 1984, mostrou um detalhe que lança o leitor da época em que foi escrito quase que imediatamente ao futuro, na primeira frase do romance: “Era um dia claro e frio em abril, e os relógios soavam 13 horas.”

Em 1948 (ano da publicação do livro) não existiam relógios digitais. Marcar 13 horas em todos os relógios só poderia estar acontecendo em algum momento do futuro. Uma sutileza de mestre!

Para o pessoal do Steampunk

Quem escreve gêneros onde a história ganha relevância, sabe da importância de uma boa pesquisa. E que nem só de Wikipédia vive o escritor. Existem bons livros de história que abrangem o período onde normalmente os escritores steampunks situam suas narrativas.

O primeiro deles que eu recomendo é História da Vida Privada, volume 4, Da Revolução Francesa à PrimeiraGuerra. Editado pela Companhia das Letras, tem duas versões, uma em capa dura e outra, de bolso. As informações são bastante interessantes e ajudam muito para termos uma ideia bem precisa do período retratado, centradas não nos episódios grandiosos, mas no dia a dia das diversas camadas da sociedade.

Com o mesmo teor há Históriada Vida Privada no Brasil, volume 2, a corte e a modernidade nacional, também da Companhia das Letras, e História da Vida Privada em Portugal à épocaContemporânea, da editora Temas e Debates, ambos somente em capa dura.

Pegando o teor mais político, temos as obras de EricHobsbawn: A Era das Revoluções 1789-1848, A Era do Capital 1848-1875, A Era dos Impérios  1875-1914, todos da Editora Paz e Terra e, abrangendo um período mais longo, Bandidos, onde analisa o chamado “banditismo social”.

Epílogo

Além da leitura formal, é bom ter uma gama variada de leituras, começando pelos seus “colegas de classe”: outros escritores brasileiros e estrangeiros que estão produzindo o mesmo gênero que você.

Além deles é bom ter uma leitura bem variada, abrangendo diversos gêneros, diversas nacionalidades e diversas épocas, não só os de sua preferência. E não se esqueça dos Clássicos!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Capitães da Areia


Capitães da Areia
Direção: Cecília Amado
Direção de Fotografia: Guy Gonçalves
Direção de Arte: Adrian Cooper
Jean Luis Amorim, Ana Graciela, Robério Lima, Paulo Abade, Israel Gouvêa, Ana Cecília, Marinho Gonçalves,  Jussilene Santana, Jordan Mateus, Elielson Conceição, Evaldo Maurício, Heder Novaes,  Elcian Gabriel, Jamaclei Pinho, Edelvan de Jesus, Felipe Duarte
Produção: Brasil
Ano: 2011
96 minutos


Sinopse: Baseado no livro de Jorge Amado, a história concentra-se na vida de um grupo de meninos de rua, que viviam em Salvador nos anos 50. Liderados por Pedro Bala, os meninos realizam roubos. A vida deles muda quando um deles, o Professor, resolve recolher duas crianças abandonadas, uma menina (Dora) e um menino (Zé Fuinha).

O filme é ambientado nos anos 50, com uma boa reconstituição de época, com veículos, roupas e objetos de cena bem caracterizados. Porém, do meu ponto de vista, o drama dos garotos supera qualquer caracterização de época e a história poderia ser representada nos dias de hoje, sem muitas adaptações. Ela é envolvente o suficiente para até deixar passar desapercebida esta caracterização.

O elenco de atores adolescentes é excepcional, mostrando um cuidado muito grande na escolha destes atores e na sua direção. Merece elogios também a fotografia, muito bem realizada, com tomadas que valorizam a cena em si, sem haver uma preocupação excessiva com a paisagem.

A preocupação presente no romance de humanizar os meninos de rua e deixá-lo mais próximo do leitor-espectador é plenamente respeitada no filme.

Atenção! Spoiler!
Um pequeno senão é o final do filme, onde o destino provável de cada um dos meninos é contado pela boca do Professor, como se fosse um resumo. Ainda que isto seja feito forma poética, enfraquece um pouco o desfecho trágico de Dora, atenuando seu impacto.



Trailler

domingo, 23 de outubro de 2011

Os Três Mosqueteiros


Os Três Mosqueteiros
Título original: The Three Musketeers
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Andrew Davies, Alex Litvak
Elenco: Logan Lerman, Matthew Macfadyen, Ray Stevenson, Christoph Waltz,Orlando Bloom, Milla Jovovich, Mads Mikkelsen
Direção de arte: Glen MacPherson
Produzido em:  Estados Unidos /  Reino Unido /  França /  Alemanha
Ano: 2011   

Sinopse:  No inicio do reinado de Luiz XIV, o jovem D’Artagnan deseja tornar-se um mosqueteiro do rei. Desconhece que os mosqueteiros estão decadentes. Sua chegada e um acontecimento que pode levar a França a uma guerra, os motivará a retomar sua antiga disposição.

Eu suspeito que Os Três Mosqueteiros é a obra de literatura mais filmada da história do cinema. Não se pode dizer nem que seja um ”remake” de tantas versões que existem.

Normalmente as versões dão muita ênfase às lutas de espadas coreografadas, às intrigas palacianas com o Cardeal Richelieu e belas mulheres, como Milady de Winter, Constance e a rainha Ana.

Será que havia algo a inovar? Paul Anderson apostou que sim. Mantendo a estrutura do romance original com poucas alterações, introduziu alguns elementos retrofuturistas e de filmes de espionagem: navios alçados ao ar por meio de balões de ar quente,  trajes de mergulho, armas especiais, mecanismos e uma inexplicável armadilha diante do cofre de jóias da rainha.

Estes elementos dão mais cor e sabor ao filme e estão bem colocados na trama, com exceção da armadilha do cofre, que apenas está lá para mostrar os dotes físicos e acrobáticos de Mila Jovovich.

Quem conhece Os três Mosquetiros já sabe o que vai acontecer e uma parte do público até espera encontrar o que vai ver: a trama do colar, as lutas entre os guardas do Cardeal e os mosqueteiros, a impulsividade de d’Artagnan e a volta por cima no final.

Um filme divertido.

Dica: economize seu dinheiro, o efeito 3D não acrescenta muito.



trailler

Curiosidades Nerd

Alexandre Dumas escreveu vários romances históricos e tinha um bom conhecimento dos fatos que narrava, mas não tinha preocupações com a exatidão, misturando fatos de épocas distintas, como neste livro.  Por exemplo, os três moqueteiros realmente existiram,  mas apenas Athos e Aramis serviram juntos e num período posterior ao retratado no romance. A intriga do colar, retratada no romance, ocorreu com Maria Antonieta, uma tentativa dos revolucionários de legitimar a sua condenação à morte.

De certa forma, podemos dizer que Alexandre Dumas inventou a História Alternativa e provavelmente não reclamaria se colocassem balões no seu romance.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Reino das Névoas – contos de fadas para adultos


Reino das Névoas – contos de fadas para adultos
Autor: Camila Fernandes
Ilustrações e capa: Mila F (Camila Fernandes)
Editora: Tarja
Ano: 2011
168 páginas

Sinopse:  O livro reúne contos de fadas, recriados ou criados procurando resgatar  a forma como este tipo de narrativa era feito no passado.

O conceito de infância que temos hoje só surgiu após o estabelecimento da filosofia racionalista do século XVIII, tendo como marco a publicação de O Emílio, de Rosseau. Antes as crianças só se diferenciavam dos adultos pelo tamanho e habilidades. As narrativas, sobretudo de tradição oral, não tinham contornos para evitar ou atenuar passagens mais cruentas e cruéis ou que envolvessem sexualidade. Os Irmãos Grimm, que compilaram a maioria dos contos que conhecemos hoje fizeram o primeiro filtro, já dentro da visão de que existe uma infância a ser preservada e já influenciados pela ética protestante. Mesmo assim, alguns contos sofreram ainda mais uma censura deles mesmos na segunda edição. Ao longo do tempo mais e mais atenuações foram introduzidas.

Há ainda outros fatores históricos que mudaram a teor da narrativa. Por exemplo, na Idade Média, o perigo de um ataque de um lobo era real e palpável. Então o chapeuzinho vermelho devia temer mesmo um lobo, sem nenhuma metáfora. Com o passar do tempo, o perigo é um adulto manipulador, que pode ser representado por um lobo.

Contudo o livro não se propõe a um resgate histórico, nem criticar a forma como os contos são contados hoje para as crianças, mas apenas de trazer de volta alguns elementos ausentes para criar uma atmosfera fantástica que abranja alguns fatores importantes do universo adulto.

Ao pegar o livro, primeira coisa que se nota é que houve um cuidado na edição de emular um livro de contos de fadas de criança, desde a capa, passando pelas ilustrações internas, o papel, a tipologia dos títulos e do texto e uso de capitulares.

O texto também guarda similaridade com o dos Irmãos Grimm, mas de uma forma mais fluída e poética, mesmo nas passagens onde há crueldade explícita, e evitando sempre que possível o uso de lugares comuns (inclusive o “Era uma vez...” e o “...viveram felizes para sempre”), o maniqueísmo clássico e o final fechado.

O Chifre Negro

Uma princesa necessita pegar um chifre de unicórnio para salvar o pai. Essa busca a leva a uma série de situações perigosas, cruéis e amargas que a marcam de forma indelével e a levam ao amadurecimento como pessoa. Angustiante.

O Lenhador e a Sombra

Esta talvez seja a mais poética das histórias. Um lenhador solitário encontra uma companhia na floresta. A questão do desapego norteia a condução do conto. Belíssimo.

A Outra Margem do Rio

Duas cidades separadas por um rio e pelo preconceito. Um pai e leva o filho para um casamento com uma noiva do outro lado. Acontecimentos trágicos marcam esta travessia. A questão do que é realmente importante dá o tom.

A Torre onde ela dorme

Uma princesa tem muitas habilidades e só aceita casar-se com um homem que a vença. Por inveja de seus pretendentes é condenada a dormir um sono eterno, até que seja vencida por um homem. Esta é uma versão da história da bela adormecida, com um príncipe nem um pouco nobre. Surpreendente.

A Filha do Fidalgo

Uma jovem fantasia que um sapo que encontra em seu quarto, se beijado se tornaria um príncipe. Será?

A Espera

Uma metáfora para a busca da felicidade a partir de esperanças vãs, que na realidade impedem de ver que ela está ao alcance de sua mão.

Reino de Névoas

Uma Branca de Neve não tão pura e não tão indefesa. O conto mais longo e também o mais movimentado. O melhor da coletânea.

O resultado geral é muito bom, atingindo plenamente os objetivos da autora.

domingo, 9 de outubro de 2011

Deus ex machina – Anjos e Demônios na era do vapor


Deus ex machina – Anjos e Demônios na era do vapor.
Organizadores: Candido Ruiz, Tatiana Ruiz, M. D. Amado
Autores: Alex Nery, Alliah, Carlos Machado, Daniel I. Dutra, Davi M. Gonzales, Georgette Silen, Leonilson Lopes, Norberto Silva, O. S. Berquó, Paulo Fodra, Rebeca Bacin, Yuri W. Cortez 
Editora: Estronho
Ano: 2011
208 páginas


Sinopse: A expressão latina Deus ex machina pode ser interpretada como Deus é a causa e é usada em literatura quando uma situação insolúvel é resolvida com um elemento inesperado e fora do contexto, uma “forçada” de mão do autor que é o Deus da história. No caso aqui os organizadores resolveram dar o sentido que o senso comum dá à expressão: Deus é a  máquina, já que reúne Deus e máquina na mesma frase e é justamente isto que a coletânea se propõe. Uma mistura de gêneros terror com anjos e demônios e steampunk.

Um dos riscos quando se mistura gêneros é a falta de equilíbrio entre eles, acabando por um deles prevalecer e outro ficar forçado, apenas para cumprir tabela. Neste quesito, os organizadores conseguiram harmonizar o conjunto, com um bom resultado.

A capa esta boa, como tem sido as capas da Estronho, e as ilustrações do interior também, onde a editora continua buscando originalidade. Cada conto é precedido por uma ilustração em uma apresentação do autor e está numa “caldeira”, numerada com o número da página de início e o autor identificado como seu operador.

Há um senão: a combinação do papel sem tratamento (atualmente sendo chamado de “ecologicamente correto”) e desenhos e letras escuras acabou prejudicando a leitura da apresentação dos autores e, em alguns casos, até do nome do conto.

A Diabólica Comédia  - A Conquista dos Mares
Operador: Romeu Martins

O título é uma paráfrase de a Divina Comédia. Um submarino, comandado por um demônio enfrenta hordas de anjos em máquinas voadoras. Emocionante. Em alguns momentos chegamos a torcer pelo demônio.

Alerta de Spoiler!
O que está em jogo? O domínio dos mares, já que o inferno é de Lúcifer e o céu de Deus. Uma boa sacada.

A Seita do Ferrabraz
Operador: Paulo Fodra

Um bom conto de horror com anjos e demônios.  Tem como positivo de abordar um fato pouco explorado da história brasileira a revolta dos muckers, ocorrida no sul do país. O autor merece elogios por ter feito uma pesquisa e colocar os fatos principais em seu enredo de maneira consistente com o elemento sobrenatural.  O elemento steam está apenas en passant. E poderia muito bem ser substituído por qualquer outro elemento mágico ou tecnológico, que não faria diferença para o enredo. Porém isso é uma questão para os puristas do gênero, pois o que importa é que o conto é bom.


Anhanguera
Operador: Norberto Silva

Um padre perde seu rebanho, porém aos poucos os fieis retornam por que tudo o que pedem em suas orações é atendido. Nesta cidade onde todos estão felizes, surge um investigador que acha isso estranho. Outro bom conto onde o elemento steam está en passant. O final é bastante interessante (dizer mais é da spoiler).

O dia do grande Uirá
Operador:  Davi M. Gonzales

O conto divide-se em duas partes, uma contada por um indígena, que tenta encaixar o que aconteceu dentro de seus mitos e outro, de um militar português, num relato oficial. Os dois trechos estão muito bem escritos, com elementos de cada linguagem e cada visão de mundo muito bem colocados.

Neflin
Operador: Carlos Machado

Escavações de uma empresa mineradora topam com esqueletos do que pode ter siso restos de uma grande batalha. Junto às ossadas encontram estruturas metálicas que lembram asas. O autor vai buscar num passado remoto o desenvolvimento de uma tecnologia steam, que poderia ter dado origem àqueles mecanismos. A idéia é boa, mas o vai e vem no tempo dificulta um pouco acompanhar o enredo. Um pequeno spoiler:  A sacada maior do autor é usar um personagem histórico real que fez pequenas máquinas a vapor na antiguidade clássica.

Zeitgeist – Brigada anti incêndio
Operador: Yuri Wittlich Cortez

Patrocinado por um bispo, um inventor tenta construir uma máquina voadora que, segundo ele, subiria até os portões do céu. Contudo ele é perturbado constantemente por um brigadista anti-incêndio que volta e meia faz nova exigências de segurança. Um conto onde predomina o humor, com uma cena emocionante no final e uma piada que fecha a história com chave de ouro.

O Sheol de Abaddon
Operador: Alliah

Outro conto com traços de humor. Uma união aparentemente impossível de um anjo e um demônio é estabelecida para derrotar um inimigo comum. Boa descrição de batalhas.

Avatar de anjo
Operador: Georgete Silen

Um anjo desce ao inferno para enfrentar um inimigo. O começo do conto é muito bem elaborado,aguçando a curiosidade do leitor. Um enredo bem conduzido e um final bem pensado.  

A Obscura história da Sterling Railways
Operador: O. S. Berquó

Um estudante encontra dentro de um  livro uma carta que o conduz a uma investigação sobre o abandono da construção de uma ferrovia  após o desparecimento de alguns trabalhadores e de um engenheiro. 

O pai da mentira
Operador: Lenilson Lopes

Uma bem descrita batalha entre anjos e demônios.

A máquina dos sonhos
Operador: Daniel  I. Dutra

Um pintor frustrado, mas um engenheiro brilhante, resolve seu problema de falta de talento criando uma máquina que lê os as mentes das pessoas, captando suas imagens. Porém a máquina capta mais do que isto. Um bom conto, com um bom ponto de partida.

Os relógios pensantes de sua Majestade
Operador: Alex Nery

Na Índia, um inglês luta ao lado dos revoltosos hindus. Ele tem uma forte motivação para isto. Um conto que tem como pano de fundo a ética da ciência e da tecnologia. Excelente.

Cálico: entre o céu e o inferno
Operador: Rebeca Bacin

Uma mulher é procurada por um anjo para desarmar uma bomba. O plot simples conduz a uma boa e emocionante aventura.

No geral a coletânea é boa, com alguns contos excelentes. Mesmo os contos que tem poucos elementos do steampunk têm algo a acrescentar e principalmente, divertem o leitor.