Ficha Técnica
O Livro de Eli (The Book of Eli)
Direção: Albert Hughes, Allen Hughes
Roteiro: Gary Whitta
Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson
Duração: 118 minutos
País: EUA
O Livro de Eli (The Book of Eli)
Direção: Albert Hughes, Allen Hughes
Roteiro: Gary Whitta
Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson
Duração: 118 minutos
País: EUA
Sinopse: em um mundo pós apocalíptico, um viajante solitário, Eli, carrega o último exemplar da bíblia. Este livro será disputado pelo "dono" de um vilarejo, que acredita que a bíblia pode ser usada para manipular as pessoas.
Quem conhece o excelente livro Um Cântico para São Leibowitz não pode deixar de sentir uma pontinha de déjà vu. Isso por que o cenário pós apocalíptico e a luta para preservar o conhecimento sob o ponto de vista religioso são comuns nos dois enredos
Eli carrega com fé o que ele diz ser o último exemplar da bíblia do rei James, a tradução mais aceita para o inglês do livro sagrado. Sua atitude de preservar a todo custo o seu exemplar entre em choque com tentativa do tirano senhor de uma cidade de se apossar do livro para controlar as pessoas.
O filme contrapõe, metaforicamente, a fé institucionalizada e corrompida (do tirando local) contra a fé individual e pura, ainda que ignorante (de Eli). Esta é a posição das igrejas protestantes, pelo menos em sua origem. O fato de tanta ação transcorrer por causa de um livro religioso, dentro de uma determinada ótica (cristã e protestante) pode incomodar alguns espectadores. A estes seria interessante recomendar: é apenas diversão. Curta a ação e esqueça os preconceitos (seus e dos realizadores do filme).
O núcleo da narrativa foca o conflito forasteiro versus dono do lugar. Isso lembra filmes de western. Se tirarmos os carros destruídos das ruas, substituir motos por cavalos e por chapéus pretos e brancos, temos aí um bom e velho western. Tem até um duelo de rua e um tiroteio a uma casa sitiada (ainda que as armas sejam mais modernas...). E outro duelo num clássico saloon, que serve bebidas e mulheres (cujo dono, por "coincidência" é o vilão).
Merece destaque a fotografia que justamente tenta remeter ao velhos filmes de western, que tende para o sépia, com cores quase ausentes.
Além das referências ao Western e a São Leibowitz, o espectador encontrará outras, como a Farenheit 451 e a Mad Max (o protótipo de todos os filmes pós apocalípticos).
Destaque para uma surpresa que ocorre próximo ao final (não vou contar!), muito bem escondida durante o filme todo, de tal forma que alguns se perguntarão: "será que é isso mesmo"?
Em suma, esqueça o proselitismo e algumas inconsistências e divirta-se.
Em suma, esqueça o proselitismo e algumas inconsistências e divirta-se.