quinta-feira, 18 de março de 2010

Fringe

Ficha Técnica
Fringe
Elenco: Anna Torv, John Noble, Kirk Acevedo, Joshua Jackson, Lance Reddick, Mark Valley
Duração: 80 min (episódio de estréia)
Canal: Fox

Sinopse: Durante o vôo 627, todos os passageiros e tripulantes morrem misteriosamente, atacados por um agente biológico desconhecido. A investigação fica a cargo de várias agências sob comando de Phillip Broyles (Lance Reddick). Entre os agentes chamados estão Olivia Dunham (Anna Torv) e John Scott (Mark Valley), agentes do FBI. Durante as investigações, John Scott se contamina com o mesmo agente biológico. Com a ajuda do Dr. Walter Bishop (John Noble), cientista brilhante com um passado tenebroso, e do filho dele, Peter Bishop (Joshua Jackson), rapaz brilhante, porém com fatos bastante obscuros em sua vida, Olivia fará de tudo para salvar o parceiro e, de quebra, tentar resolver o mistério.

Criada por J.J. Abrams (o mesmo de Lost), Alex Kurtzman e Roberto Orci, a série Fringe, graças ao uso de algumas pesquisas reais de ciência limítrofes, caiu no agrado dos fãs de ficção científica clássica, mais voltados para a ciência do que para a ficção.

Por exemplo, neste piloto, o ataque de uma doença virulenta e extremamente rápida é altamente plausível. Em outra cena, Olivia fica imersa num tanque de privação sensorial para tentar se conectar telepaticamente com o inconsciente do parceiro. O tanque de privação sensorial foi muito usado nos anos 1970 e 1980 em pesquisas sobre o comportamento do cérebro. Também nos anos 1970, a parapsicologia ganha o status de ciência e o Instituto Rhine fez pesquisas sobre telepatia, usando aparelhos de eletroencefalograma para monitorar a atividade cerebral dos envolvidos, verificando o grau de sincronismo entre eles (como na cena do episódio). Um dos personagens tem uma prótese inteligente que substitui um membro amputado, como o braço de Luke Skywalker (a série só coloca mais inteligência e flexibilidade em algo que já existe).

Isso não é coincidência: Fringe é um termo usado em ciência por designar a chamada ciência limítrofe, aquela que trata de pesquisas e tecnologias baseadas em especulações ou tecnologia de ponta ainda em desenvolvimento, como paranormalidade, genética avançada, inteligência artifical, pesquisas aplicadas com ética duvidosa e outros temas.

Ao longo do episódio, o espectador percebe que a trama ultrapassará um mero ataque terrorista a um avião, envolvendo corporações misteriosas, agentes de organizações supranacionais de origem desconhecida, agentes duplos, etc. A sensação é de estar vendo uma mistura de Lost com Arquivo X. Afinal há um avião envolvido em um acontecimento misterioso, uma corporação, a Massive Dynamic, que faz pesquisas de tudo, deste próteses inteligentes a remédios para doenças raras, tem uma dupla de agentes do FBI, um homem e uma mulher, e você não pode confiar nem na sua sombra.

Pontos fracos

– Há um conflito de personalidades entre o chefe da operação, Phillip Broyles, e a agente Olivia Duhan, muito estereotipado. A agente prendera um amigo dele algum tempo antes e ele guarda rancor, mas tem que engoli-la nas investigações. Quando o conflito surge em cena, parece que os atores estão lendo uma série de carimbos, de tão padronizado que é.
– Astrid Farnsworth, assistente de Olivia, mais parece um poste, apenas presente na maioria das cenas como um dos móveis e utensílios. Eventualmente faz alguma pergunta ou comentário estúpido, para ser esclarecida por um dos personagens. Seu papel parece ser o de um Dr. Watson, o assistente de Sherlock Holmes, que permite ao autor explicar algumas coisas, sem recorrer a palestras científicas. Dr. Watson, porém, tinha substância, enquanto a pobre Astrid parece ter sido esquecida pelos roteiristas e diretores, sem ter muito que dizer ou fazer.

– Alguns diálogos entre Peter Bishop, Walter e Olivia, quando ela está prestes a tentar alguma solução arriscada, são bastante fracos. Peter, o filho do professor, parece um grilo falante psicodramático, alertando-a da instabilidade psicológica do pai, com uma raiva mal representada. E Olivia cede à argumentação do professor Walter, sem ao menos perguntar quais os riscos reais.

Pontos fortes

– A verossimilhança científica é o principal ponto forte, ainda que toque em temas controversos, como telepatia.

– Os efeitos especiais das cenas do ataque viral no avião são excelentes.

– A executiva principal da corporação Massive Dynamic, Nina Sharp, que provavelmente será a principal vilã da série, foi muito bem caracterizada pela atriz Blair Brown. 


Publicada orignalmento no Homem Nerd 
em 10/11/2008, antes da estréia da série

Um comentário:

  1. Gostei da resenha, porem a parte onde você fala dos pontos fracos elas se resumem ao primeiro episódio. O conflito entre Olivia e Broyles é totalmente esquecido no segundo episódio. A Astrid começa a aparecer mais no decorrer da série e a relação entre Walter e Peter fica mais intensa.

    Vale a pena ser assistido e mais comentado nesse blog.

    ResponderExcluir