Autora: Amanda
Reznor
Editora: Literata
Ano: 2012
238 páginas
Sinopse: Uma
moça, Cláudia, órfã e cuidada pela avó, tem sua vida revirada ao
receber como herança uma mansão. Mas não foi só a mansão que
ela recebeu...
Amanda começa
muito bem. A primeira frase – “É tarde, as luzes dormem.” –
convida à leitura. O texto flui e nos revela aos poucos o cenário.
Descobrimos, junto com a protagonista, o real legado que ela herdara
e passamos junto com ela alguns apuros, com um suspense bem conduzido
e nisso está o mérito da autora.
É
difícil resenhar um livro de suspense sem dar spoiler.
Evitarei ao máximo. O enredo é quase todo centrado no Vale
dos Segredos, uma
localidade interiorana, com poucos habitantes e um segredo (ou muitos) guardado
por todos. Pelo que Amanda nos conta na quarta capa, este vale será
cenário de outros eventos.
Há vários jogos de interesses rondando Cláudia e sua nova
propriedade. Aprendizes de feiticeira que desejam ser amadas, pessoas
em busca de um tesouro, desejo de manter um segredo de família
sangrento, ambição e ódio. Mas há um jogo maior envolvendo todos
os outros e é este jogo que nos é revelado durante o desenrolar da
trama.
Os trechos de abertura dos capítulos são escritos de uma maneira
poética, que ajudam manter o leitor no clima de expectativa. Um
destaque para o texto que abre o capítulo “A Descoberta”, nele é
composto um pequeno mistério, iniciado na primeira frase, resolvido
no final do parágrafo com um gancho para o que vem a seguir.
A trama está montada de forma a agradar aqueles que gostam de
enredos complicados, de ação, alguns sustos e de mistério.
O enredo está bem conduzido, porém, em alguns trechos, a profusão
de acontecimentos colocados para manter o clima de ação da cena
tornam um pouco difícil a leitura (algumas vezes tive que voltar a
ler um trecho perguntado-me “mas por que raios isso está
acontecendo?”). E e há alguns leves “deus ex machina”, como um
prego providencial numa cena de luta, mas que não comprometem muito
a verossimilhança.
Amanda escreve bem, mas ainda precisa lapidar um pouco mais o texto,
tirando algumas hipérboles e adjetivações desnecessárias que nos
fazem tropeçar na leitura (como “líquido lácteo” no lugar de
leite).
Estes pequenos deslizes, comuns num primeiro trabalho, não tiram o
brilho do texto.
A diagramação e as ilustrações ajudam a manter o clima de
suspense e a capa, de Rento Klisman, cumpre seu papel de destacar um
elemento essencial à história e dar um prelúdio ao que veremos após abri-la.
Agora um puxão de orelhas na Editora Literata: O site ainda está em rascunho e o livro não aparece no catálogo, nem na loja virtual, embora tenha sido lançado em setembro e esteja indicado no banner principal.
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Delenda. Amanda Reznor. Direto com autora. Clique aqui.