quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Delenda


Delenda
Autora: Amanda Reznor
Editora: Literata
Ano: 2012
238 páginas

Sinopse: Uma moça, Cláudia, órfã e cuidada pela avó, tem sua vida revirada ao receber como herança uma mansão. Mas não foi só a mansão que ela recebeu...

Amanda começa muito bem. A primeira frase – “É tarde, as luzes dormem.” – convida à leitura. O texto flui e nos revela aos poucos o cenário. Descobrimos, junto com a protagonista, o real legado que ela herdara e passamos junto com ela alguns apuros, com um suspense bem conduzido e nisso está o mérito da autora.

É difícil resenhar um livro de suspense sem dar spoiler. Evitarei ao máximo. O enredo é quase todo centrado no Vale dos Segredos, uma localidade interiorana, com poucos habitantes e um segredo (ou muitos) guardado por todos. Pelo que Amanda nos conta na quarta capa, este vale será cenário de outros eventos.

Há vários jogos de interesses rondando Cláudia e sua nova propriedade. Aprendizes de feiticeira que desejam ser amadas, pessoas em busca de um tesouro, desejo de manter um segredo de família sangrento, ambição e ódio. Mas há um jogo maior envolvendo todos os outros e é este jogo que nos é revelado durante o desenrolar da trama.

Os trechos de abertura dos capítulos são escritos de uma maneira poética, que ajudam manter o leitor no clima de expectativa. Um destaque para o texto que abre o capítulo “A Descoberta”, nele é composto um pequeno mistério, iniciado na primeira frase, resolvido no final do parágrafo com um gancho para o que vem a seguir.

A trama está montada de forma a agradar aqueles que gostam de enredos complicados, de ação, alguns sustos e de mistério.

O enredo está bem conduzido, porém, em alguns trechos, a profusão de acontecimentos colocados para manter o clima de ação da cena tornam um pouco difícil a leitura (algumas vezes tive que voltar a ler um trecho perguntado-me “mas por que raios isso está acontecendo?”). E e há alguns leves “deus ex machina”, como um prego providencial numa cena de luta, mas que não comprometem muito a verossimilhança.

Amanda escreve bem, mas ainda precisa lapidar um pouco mais o texto, tirando algumas hipérboles e adjetivações desnecessárias que nos fazem tropeçar na leitura (como “líquido lácteo” no lugar de leite).

Estes pequenos deslizes, comuns num primeiro trabalho, não tiram o brilho do texto.

A diagramação e as ilustrações ajudam a manter o clima de suspense e a capa, de Rento Klisman, cumpre seu papel de destacar um elemento essencial à história e dar um prelúdio ao que veremos após abri-la.

Agora um puxão de orelhas na Editora Literata: O site ainda está em rascunho e o livro não aparece no catálogo, nem na loja virtual, embora tenha sido lançado em setembro e esteja indicado no banner principal.

Nerdshop

Delenda. Amanda Reznor. Direto com autora. Clique aqui.

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