sexta-feira, 16 de abril de 2010

Incidentes num Ano Bissexto

Ficha Técnica

Título:
Incidentes num Ano Bissexto
Autor: Luiz-Olyntho Telles da Silva
Editora: EDA
Ano: 2009
Páginas: 168

Sinopse:
Coletânea de contos em que o autor, sempre narrando em primeira pessoa assumindo vários "egos", nos apresenta pequenos recortes da realidade, contados a partir de epígrafes que precedem cada um deles.

A primeira coisa que aparece no texto de Luiz-Olyntho é a concisão com que conta uma história. Num texto paradoxalmente enxuto e ao mesmo tempo fluído, cada conto apresenta seu recado precisamente. Por exemplo, no primeiro conto, "A Porta", em um único parágrafo cria-se abertura, o clima e o desfecho de uma pequena história de terror.

Em comum todos os contos têm o aspecto de um recorte da realidade, como uma foto feita em flagrante. O que lemos na maioria dos textos é uma parte do que aconteceu e podemos vislumbrar que há algo mais, que a história não começou ali, nem terminará ali. Um exemplo é "O Caçador de Contos", no qual um pedaço de papiro encontrado num livro pode levar o personagem a uma aventura à Indiana Jones. Outro é o da mãe que recebe um telefonema do filho no meio da madrugada, em "Dilúculo". 

O uso da primeira pessoa em todos os contos faz com o autor esteja assumindo o ego de cada um dos personagens. Podem ser homens, mulheres, crianças, jovens ou velhos, o pesquisador de manuscritos, o caçador matuto ou o assassino vingativo. 

Em alguns dos textos tem-se a impressão de que são autobiográficos, sobretudo quando o autor fala do pai ou da mãe, mas prescinde-se de que sejam ou não imaginados, e o recado é dado. 

As histórias, principalmente as histórias, são boas. O "contador de causos" Luíz-Olyntho sabe entreter sua platéia, como em "As Calças Novas", no qual a piada contada ao menino que só é entendida na maturidade, lembrada justamente por quem está com falhas na memória, é muito velha e talvez já conhecida de alguns leitores, mas o mérito está em recriá-la de maneira ainda divertida.

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Incidentes num Ano Bissexto, de Luiz-Olyntho Telles da Silva (EDA)


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