Título
Original: As you like it
Autor:
Willian Shakespeare
Tradução:
Companhia Elevador de
Teatro Panorâmico
Editora:
Balão Editorial
152
páginas
Sinopse:
Desde o título, Shakespeare já
anuncia o que vai fazer; uma peça com a única finalidade de
agradar o público, ou seja fornecer uma boa diversão. Esta comédia
é considerada por alguns críticos como a melhor do autor e nela
vamos encontrar a frase que define a filosofia que norteia toda a sua
obra: “O mundo inteiro é um palco, e todos, homens e mulheres,
atores e nada mais”.
O
enredo está centrado no banimento de Rosalinda pelo Duque Frederico,
usurpador das terras do pai da moça. Junto com ela foge Célia,
filha de Frederico e prima de Rosalinda.
As
duas decidem procurar o duque banido, que está sobrevivendo com
alguns nobres fiéis na floresta. Rosalinda, para que as duas viajem
em segurança, decide disfarçar-se de homem, usando o nome de
Ganimedes.
Por
coincidência, Orlando, apaixonado por Rosalinda, fugindo de seu
irmão que deseja matá-lo, se refugia na mesma floresta e acaba por
encontrar as duas fugitivas, sem contudo reconhecer a amada.
Rosalinda mantém-se no disfarce e aproveita para ensinar ao jovem
como deve cortejar sua amada, fingindo ser... Rosalinda. Para
aumentar a confusão, uma pastora se apaixona por Ganimedes. Neste
jogo de duplicidade e múltiplos mal entendidos se desenrola a
comédia.
Atenção!
Spoiler!
Shakespeare
contrapõe o mundo palaciano de intrigas e corrupção com o mundo do
campo, mais rústico, mas também mais puro e vai conduzindo a peça
harmonizando pouco a pouco os opostos e, fazendo jus ao título, dá
um final como todos gostariam que acontecesse: muitos casamentos
entre diversos pares românticos (alguns de última hora), justiça
para os injustiçados e redenção para os maus, que se arrependem
dos erros passados. E não tem escrúpulos de usar várias vezes o
Deus ex-machina, a
inverossimilhança de nem o pai nem o amado reconhecerem Rosalinda e
um final feliz que mais parece uma festa de confraternização.
Um
ponto a observar: muitos críticos que torcem o nariz para uma
literatura de entretenimento, sobretudo o tripé fantasia / horror /
ficção científica, aplaudem e tecem loas a este texto de
Shakespere que se propõe justamente a entreter a plateia, do jeito que você gosta.
Sobre
a Tradução
A Companhia Elevador de
Teatro Panorâmico, que encenou recentemente a peça, optou por uma
nova tradução visando principalmente trazê-la mais pra perto do
público atual. As mudanças no texto original, quando comparadas com
outras traduções mais formais, são sutis, mas suficientes para
tornar algumas passagens mais próximas do público brasileiro e até
salvar algumas piadas que só teriam sentido para um inglês do
século XVII. Estas alterações estão destacadas em notas de
rodapé, explicadas e contextualizadas pelos tradutores. Um dos
exemplos é a substituição de “mostarda e panquecas” por
“ameixa e manjar”, mais presentes na mesa dos brasileiros, sem
que se perca o sentido do texto.
O texto é precedido
por um pequeno ensaio de Marcelo Lazzaratto, ator e diretor da peça,
que contextualiza o texto dentro da obra de Shakespeare.
Finalizando há uma
entrevista com o diretor e mais três outros atores, onde alguns
detalhes da tradução e montagem da peça são discutidos.
Um bom livro para quem
aprecia Shakespeare ou uma boa comédia.
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