quinta-feira, 11 de março de 2010

Sabella, uma Vampira nas Galáxias


Ficha Técnica

Sabella, uma Vampira nas Galáxias
Título OriginaL:Sabella or The Blood Stone
Autor: Tanith Lee
Tradutor: Álvaro Luiz Hattner
Editora: Brasiliense
Páginas: 164
Ano: 1980

Sinopse: Sabella é uma das descendentes de colonizadores de Novo Marte, um planeta com características similares ao xará do sistema solar, e também é uma vampira. A moça recebe uma herança, junto com ela a revelação de que sua tia falecida sabia de sua origem e um perseguidor extremamente persistente.

Sabella é um casamento interessante entre a Ficção Científica e as histórias de vampiro, com elementos bem característicos de ambos os universos. Este é um recurso utilizado quando um dos dois gêneros está sem fôlego ou quando o autor já se propõe a navegar nestas águas.

Quando se tenta este tipo de mistura, corre-se o risco de parecer artificial, sem realmente inovar coisa alguma em genero nenhum. Se o autor usar recursos de FC num romance de vampiro eles têm que se justificar no enredo, desafio este vencido por Tanith Lee em Sabella. A sua personagem não está num planeta distante apenas porque os leitores enjoaram da velha Transilvânia.

O recurso se justifica por causa da origem do vampiro, associada à história específica do planeta, habitado anteriormente por uma espécie humanóide que deixou apenas ruínas e provavelmente agonizou lentamente com a perda de água.

]Há algumas coisas importantes a destacar em Sabella. A narrativa em primeira pessoa é uma delas. Um recurso necessário para que a busca pela sua origem seja mostrada com parte da verdade oculta, já que a personagem não sabe de todos os fatos. E, de quando em quanto, a personagem refere-se a si mesma em terceira pessoa, como se fosse um alter-ego conselheiro, que a impulsiona ("Vá até ele Sabella, chegue mais perto"), ou protege ("Corra, Sabella, corra!"). Este recurso permite sublinhar algumas cenas, colocando o leitor num clima com um certo suspense.

Outra, é o erotismo que permeia varias cenas, colocando Sabella ao lado de outras vampiras clássicas. O ponto de vista é feminino, com uma inversão dos papéis sexuais: é ela quem seduz e penetra (com os dentes), numa relação ambígua com as vítimas, pois o homem seduzido sabe que será vampirizado e o deseja, mesmo sabendo do risco da morte.

O seu caçador também merece destaque. Ele aparece como um sedutor cínico, invertendo o jogo de Sabella, pois ela sabe que ele quer matá-la, mesmo assim sente-se incapaz de uma reação mais efetiva e o deseja, mais do que uma vítima.

O jogo entre os dois e o mistério da origem de Sabella, descoberto pela sua falecida tia, são os focos narrativos mais importantes da noveleta, muito bem conduzidos tornando prazerosa a leitura.

Um destaque extra para o final, que surpreende, justificando a contextualização do universo escolhido para a origem de Sabella e o comportamento ambíguo de seu perseguidor.

2 comentários:

  1. Sabella Dracurella vampirella!
    A barbarella deve estar bem orgulhosa por ver tantas vampiras na ficção!

    Valeu a materia Alvaro! É sempre bom ver mais pessoas da ficção levantar a bandeira para os vampiros!

    já coloquei seu blog nos links do www.contosdevampiroseterror.blogspot.com

    abraços
    Adriano Siqueira

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  2. Estão na moda os vampiros. Para mim, a origem dos vampiros está na tenra idade quando o bebê deseja devorar o seio da mãe. Esse desejo vai se transformar no deseo de uma fusão total com o outro,uma voracidade que leva à vampirização, em todos os sentidos, como por exemplo o da inveja, que é um outro tipo de vampirismo.
    Sonia

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