A Conquista do Polo Sul
Autor: Manfred Karge
Direção (Encenação): Beatriz Batarda
Elenco: Ana Brandão, Bruno Nogueira, Flávia Gusmão, Miguel Damião, Nuno Lopes, Nuno Nunes e Romeu Costa
Quarta a Sábado às 21h; Domingo às 17h30, de 7 a 24 de Abril
Teatro São Luiz, Lisboa
7 de Maio – Centro de Arte de Ovar
14 de Maio – Centro Cultural Vila Flor, Guimarães
9 de Junho – Teatro Constantino Nery, Matosinhos
18 de Junho – Teatro Micaelense, São Miguel
Pouco antes da queda do Muro de Berlim, quatro desempregados alemães, Slupianek, Buscher, Braukmann e Seiffert estão à beira do desespero total. Quando Seiffert tenta o suicídio, Slupianek tem uma ideia: encenar a conquista do Polo Sul, tal como Roald Amundsen o fizera em 1911. O propósito é que todos eles entrarem no espírito que conduziu a equipe de noruegueses, vencendo dificuldades muito mais desafiantes que um simples desemprego. O cenário é criado no sótão, tendo como pano de fundo as roupas brancas lavadas por Luise, esposa de Braukmann. Aos pouco a fantasia ganha dimensões muito maiores que um simples jogo, passando a ser a coisa mais importante da vida deles, talvez até mais importante que o emprego que Braukmann conseguira.
Atenção contém antecipação de enredo (spolier)
A encenação segue bem, apesar da oposição de Luise, porém Braukmann lê o prefácio e fica sabendo que uma equipe anterior de ingleses tentara uma expedição dois anos antes e desistira a 179,45 km do pólo. Braukman vê nesta equipe o retrato de todos eles. Estariam representando Roald Amundesen, ou o fracasso dos ingleses, que apesar de tudo, pagaram o preço do pioneirismo e possibilitaram o sucesso da equipe norueguesa?
Isso provoca a ruptura dos amigos, pois Slupianek não quer abandonar o projeto. Os amigos só voltam a se encontrar no aniversário de Braukmann e, após serem humilhados por Rudi, um convidado arrogante do casal Braukmann, retomam o projeto percorrendo simbolicamente os 179,45 km, com a participação de Luise, representando o quinto homem da equipe de Amundsen.
O Texto
O texto de Manfred Karge é bastante denso, algumas vezes cansativo, mas carregado de significado, coloca o imaginário e o próprio teatro como centro. Em vários momentos, desde o início, os atores se dirigem à plateia, quebrando a quarta parede. Sabemos que estamos diante de uma encenação, que fala sobre uma encenação, mas nem por isso deixamos de nos envolver pela história dos quatro desempregados, ou da bem sucedida equipe dos noruegueses, ou da fracassada equipe inglesa e seu simbolismo.
A atuação
Todos os atores estão muito bem, com destaque para Bruno Noqueira, fazendo um excelente Slupianek, Flávia Gusmão, no papel de Luise e Ana Brandão que representa o cão Frankieboy e Rosi a esposa maltratada de Rudi.
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