segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Rei Rato


Titulo Original: King Rat
Autor: China Miéville
Tradução: Alexandre Mandarino
Editora: Tarja Editorial
Ano: 2011
400 páginas

Sinopse: Saul é surpreendido com a morte do pai e logo em seguida com a sua prisão. Enquanto aguarda novo interrogatório em sua cela, é libertado por um homem de maneiras furtivas, que se autodenomina Rei Rato. A partir daí Saul toma contato com um mundo novo escondido em pontos obscuros da cidade de Londres: os becos, os telhados e sobretudo o esgoto, onde encontra com os súditos do Rei Rato e outros reis, criatura antropomórficas de animais e um grande inimigo comum a todas estas criaturas.

Com uma tradução primorosa de Alexandre Mandarino, que se preocupa em contextualizar o leitor no universo onde a trama se desenrola: o mundo dos excluídos de Londres e o mundo dos músicos e fãs do Drum and Bass, que se misturam entre si.

Rei Rato pode ser classificado como New Weird, um gênero de literatura fantástica caracterizado entre outras coisa por misturar elementos das três vertentes principais da literatura fantástica: horror, fantasia e ficção científica, mas poderia igualmente ser caracterizado como Fantasia Urbana, sem susto. Mas pouco importa a classificação, pois o romance é excelente.

O primeiro ponto a favor de Miéville é a linguagem. Ele usa metáforas pouco usuais pra descrever as ações, o ambiente e os sentimentos dos personagens chegando a tornar poéticos vários trechos. Isso desde a frase que abre o romance:

Os trens que entram em Londres chegam como navios que singram telhados.

Esta poetização ocorre mesmo em trechos onde algumas pessoas sentiriam asco.

Um outro elemento importante é música, que dá o foco e, literalmente, o ritmo da narrativa. Narrativa esta que prende o leitor de várias maneiras, pelo clima, pelo suspense e pelos personagens, principalmente Saul. E também pelo desenlace da trama.

A escolha do inimigo dos ratos é perfeita e muito bem contextualizada no enredo.

A capa está ótima, bem como as ilustrações internas e as vinhetas dos capítulos, ressaltando muito bem o clima de Rei Rato.

Uma pequena bronca na Tarja: cadê o título original? Esta referencia é bastante importante, mesmo neste caso em que é óbvio: King Rat (mas tive que confirmar pelo Google).

E agora um elogio: o disclaimer da página 2 (“Todas as citações e nomes... etc) é hilariante (não sei se é ideia da Tarja ou do autor).

Nerd Shop

Você pode encontrar Rei Rato aqui


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