Autor: Inah Lins de Albuquerque
Editora: Calibãn
Ano: 2009
208 páginas
Sinopse: Contos e crônicas que tem como pano de fundo o cotidiano.
Uma mulher entra numa mesquita e encontra um bom motivo para valorizar o Alcorão. Um caderneta leva a uma pequena viagem ao passado. Um rapaz datilografa páginas ilegíveis e descobre o amor e o talento escondidos. Um velho passa a noite de Natal num bordel, meio "sem querer, querendo". Janelas que em vez de darem vistas para o exterior, nos mostram o interior.
São textos deliciosos que Inah nos presenteia ao longo das 208 páginas que compõe A Solidão é Espaçosa, que ora são reflexões sobre alguma experiência pessoal, ora são contos que mesclam suas observações com personagens fictícios, compondo um panorama com várias colorações, do mais prosaico dia a dia à preocupações cosmológicas, que às vezes mergulham dos céus a uma realidade mais palpável.
O texto flui naturalmente, revelando e escondendo os meandros da mente da autora. Uma mente que é muito parecida com a nossa, nos fazendo lembrar que ainda é possível sonhar colorido, mesmo que a vida se mostre em preto e branco. São 43 contos muito bem elaborados, por quem tem o domínio da arte de contar histórias. Os sentimentos dão o tom, sobretudo nostalgia e humor, sem que em nenhum momento falte leveza ao texto.
Merecem um destaque especial a crônica Alcorão, onde é descrita uma experiência vivida pela própria autora na Turquia, quando visitava uma mesquita. Os três contos com o nome Janela, que realmente são janelas para a alma da autora. A cumplicidade entre entre Naná e Belinha para burlar a proibição dos pais de Naná, impedindo-a de ir ao baile de carnaval, em Mascarados. A sequencia final de três contos (Tudo Flui, Velório e Vida e Morte), onde a presença e o medo da morte é contraposta no último conto com um grito bem humorado de amor à vida.
Prezado Alvaro,
ResponderExcluirSomente hoje li a sua gentil resenha.
Agradeço sensibilizada o texto escrito com a inteligência e sensibilidade sempre presentes em seus textos.
Um abraço e muito obrigada amigo,
Inah