quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Solidão é Espaçosa

A Solidão é Espaçosa
Autor: Inah Lins de Albuquerque
Editora: Calibãn
Ano: 2009
208 páginas

Sinopse: Contos e crônicas que tem como pano de fundo o cotidiano.

Uma mulher entra numa mesquita e encontra um bom motivo para valorizar o Alcorão. Um caderneta leva a uma pequena viagem ao passado. Um rapaz datilografa páginas ilegíveis e descobre o amor e o talento escondidos. Um velho passa a noite de Natal num bordel, meio "sem querer, querendo". Janelas que em vez de darem vistas para o exterior, nos mostram o interior.

São textos deliciosos que Inah nos presenteia ao longo das 208 páginas que compõe A Solidão é Espaçosa, que ora são reflexões sobre alguma experiência pessoal, ora são contos que mesclam suas observações com personagens fictícios, compondo um panorama com várias colorações, do mais prosaico dia a dia à preocupações cosmológicas, que às vezes mergulham dos céus  a uma realidade mais palpável.

O texto flui naturalmente, revelando e escondendo os meandros da mente da autora. Uma mente que é muito parecida com a nossa, nos fazendo lembrar que ainda é possível sonhar colorido, mesmo que a vida se mostre em preto e branco. São 43 contos muito bem elaborados, por quem tem o domínio da arte de contar histórias. Os sentimentos dão o tom, sobretudo nostalgia e humor, sem que em nenhum momento falte leveza ao texto.

Merecem um destaque especial a crônica Alcorão, onde é descrita uma experiência vivida pela própria autora na Turquia, quando visitava uma mesquita. Os três contos com o nome Janela, que realmente são janelas para a alma da autora. A cumplicidade entre entre Naná e Belinha para burlar a proibição dos pais de Naná, impedindo-a de ir ao baile de carnaval, em Mascarados. A sequencia final de três contos (Tudo Flui, Velório e Vida e Morte), onde a presença e o medo da morte é contraposta no último conto com um grito bem humorado de amor à vida.

Um comentário:

  1. Inah Lins de Albuquerque11 de julho de 2010 às 12:36

    Prezado Alvaro,

    Somente hoje li a sua gentil resenha.
    Agradeço sensibilizada o texto escrito com a inteligência e sensibilidade sempre presentes em seus textos.
    Um abraço e muito obrigada amigo,

    Inah

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