Morte, no Palco
Autor: Rubens Teixeira Scavone
Editora: Clube do Livro
Ano: 1979
160 páginas
Sinopse: O livro Morte, no Palco nos traz onze contos de um dos pioneiros da FC Brasileira, Rubens Teixeira Scavone.
Comprei este livro num sebo, motivado por conhecer um pouco mais deste escritor muito citado pelo fandom. Normalmente ele comparece sempre quando se pretende reunir contos significativos do gênero, como é o caso das antologias Os Melhores Contos de de Ficção Científica Brasileiros.
Fiquei agradavelmente surpreendido, mesmo já esperando algo muito bom. Scavone é um excelente contista. Em cada um deles revela não só sua habilidade em escrever, como também em compor uma boa história, de criar personagens e verosimilhança num cenário futurista.
Ao se ler cada um dos contos nota-se bastante a influência dos três grandes escritores dos anos 70, os chamados ABC: Asimov, Bradbury e Clark, porém há um jeito muito próprio de Scavone. Um traço marcante é o humor (coisa rara na FC) sutil e surpreendente algumas vezes.
O livro é iniciado pelo excelente ensaio “Ficção científica, uma reavaliação”, escrito pelo próprio autor., onde ele nos mostra sua visão do gênero. Vale destacar uma frase de um de seus últimos parágrafos, que resume seu amor pela FC: “Se imaginar é a mais requintada dádiva concedida ao homem, a ficção científica é o mais alto grau deste privilégio.”
Em “Flores pra uma terrestre” discute-se a questão da beleza fora do seu ambiente. Um flor arrancada de um planeta com uma atmosfera com outras nuances de coloridos seria igualmente bela se transportada para a Terra? E os olhos de quem vê não seriam mais importantes?
“Especialmente, quando sopra outubro” é um conto com características bastante poéticas e realmente merecedor de participar da antologia que reúne os melhores contos de FC. Uma menina tem uma rara habilidade que ninguém consegue explicar.
Em “A evidência do impossível” alienígenas gigantescos chegam à lua de um mundo morto. Seu tamanho descomunal não permite perceber sinais de uma civilização que ali deixara seu marco.
“A caverna” conta a história de um pesquisador amador que se depara com pinturas rupestres e deseja ser o único ter acesso a elas. O autor traça um paralelo com a caverna de Platão, invertendo o real e o ilusório do mito.
Trabalhadores na Lua são os personagens do conto seguinte, “A bolha e a cratera”. Um cruel método de seleção dos que podem, em sua folga, retornar à Terra leva a uma tragédia. O conto satiriza a pretensão de programas psicológicos baseados no comportamento da maioria, dita normal, sem dar conta das nuances individuais.
O menino e o robô é um conto com marcantes características “asimovianas”, com uma pitada de Ray Bradbury. Um menino recebe um robô de presente do pai. O controle remoto é feito por ondas mentais, que acabam gerando um inesperado laço entre o garoto e a máquina.
Em “Número Transcendental”, um fugitivo de um hospício encontra seres alienígenas, mas sabe que jamais acreditarão nele.
Em “O fim da aventura” sete pesquisadores perdem-se numa floresta tropical num mundo desconhecido e acabem morrendo de forma cruel. A história de sua aventura encontra-se narrada no diário do capitão. O comportamento extremamente profissional do psicólogo, a paranóia do comandante em relação a este profissional e o destino final de todos eles compõe um conto carregado de humor caústico e incomodativo, sobretudo no final realmente surpreendente.
“Morte, no palco”, que dá nome à coletânea, nos conta a história de um homem numa situação de risco onde sua única preocupação é de ter uma morte espetacular para que seu filho se orgulhe dele.
Em “O diálogo dos mundos” o humor também da a tônica. O primeiro contato com uma provável civilização acaba mostrando que é mais fácil contatar com extraterrestres do que haver comunicação real entre grupos de seres humanos. Outro conto com humor e final surpresa.
Em “Passagem para Júpiter”, um arquiteto sonha em viajar para o gigante do sistema solar, por ser relativamente inexplorado. O conto, que encerra a coletânea, brinca com os desejos humanos de coisas inalcançáveis.
Se imaginar é a mais requintada dádiva concedida ao homem, a ficção científica é o mais alto grau deste privilégio....é?
ResponderExcluirfantasia produziu mais dragões, elfos e animáculos e mundos subterrâneos e celestes
que E.T's
Em “Flores pra uma terrestre
hum flores para Algernon
coincidências
Passagem para Saturno (Júpiter)
A caverna (Platão?
títulos originais....tchê
Resposta a Banda in Barbar
ResponderExcluirA posição sobre o imaginar e a ficção científica é do autor, que é, como eu disse, um dos mais respeitados autores da FC Brasileira e para os fãs do gênro é uma referencia importante. Vc, pela sua resposta, deve ser fã de Fantasia. Ótimo. Eu também aprecio muito este gênero e tenho resenhado livros desta outra vertente. Não importa o gênero,mas se a obra é bem escrita , neste quesito, Scavone merece todos os aplausos.
Quanto a repetição de temas escritos por outros autotes, isso sempre pode ocorrer, até voluntariamente (posso querer dara a minha visão de uma determinada história). Não conheço o conto que citou, Flores para Algernon, maqs o tema aparece com outra conotação e outro contexto em um poema de Colledrige e no livro a Máquina do Tempo, de H. G. Wells (que aliás cita o poema de Coledrige). E, por falar em viagem no tempo, quantas histórias deste tipo o livro de Wells inspirou? Quantos vamipos não vieram de pois de Drácula? E quantas fantasias épicas não vieram depois de O Senhor dos Anéis?
Sobre os títulos originais. Será que só o título mostra a qualidade e originalidade de uma obra? O título é uam forma de motivar a a leitura de um leitor indeciso. Por isso, Asimov deixa esta tarefa a seu editor. Mas há títulos excelentes para histórias mediocres. O primeiro parágrafo normalmente diz mais.
Olá Álvaro,
ResponderExcluirGostaria de sugerir um livro de FC para sua apreciação, trata-se do livro Hipérion - Além das Brumas do Limbo. Tem versão ebook gratuita no site www.itabra.com/livros.htm lá também é possível adquirir a versão impressa se preferir.
A história é narrada sob a perspectiva do vilão e traz muita informação atual.