Fúria de Titãs
Título original: Clash of Titãs
Elenco: Sam Worthington, Pete Postlethwaite, Mads Mikkelsen, Gemma Arterton, Alexa Davalos, Ralph Fiennes, Liam Neeson.
Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Travis Beacham e Phil Hay
Duração: 106 min
Origem: Inglaterra/EUA
Sinopse: Refilmagem do clássico de mesmo nome de 1981. Perseu, ao ver seus pais adotivos morrerem em consequencia de um ataque de Hades, revolta-se contra os Deuses, porém ignora sua verdadeira origem. Na verdade é filho de Zeus e embarca numa aventura para destruir Kraken, um monstro libertado por Hades para destruir ou Argos ou sua princesa, Andromeda, se ela fosse lhe dada em sacrifício.
O filme é retirado da mitologia grega, explorando o mito de Perseu e sua luta contra a Medusa.
Trailler
Trailler
Já na sinopse se percebe os problemas do filme. Em primeiro lugar, desde quando Kraken é da mitologia grega? Que eu saiba, ele é da mitologia nórdica...
A razão para a escolha é que ele seria mais assustador que o monstro da lenda original, Cetus, um gigantesco peixe (cetus deu origem a palavra “cetáceo”, classe de animais da qual faz parte a baleia).
Outro problema está na escolha de Hades como vilão. Ele foi escolhido, porque simplesmente é o senhor do Inferno, fazendo ele se tornar muito próximo da figura de Satã, o príncipe das trevas da mitologia judaico-cristã. Isto o afasta da versão de 1981 (onde o vilão é Calibus, filho de Cassiopéia) e do mito grego, onde Hades é seu aliado, dando-lhe uma das armas fundamentais para seu sucesso (um capacete que o torna invisível). Aliás, é lamentável também tanto a ausência destas armas como da sua principal aliada, Atenas. O desprezo pela mitologia, como pelo filme orignal, é bem caracterizado quando Perseu na versão de 2010 encontra a coruja metálica (fundamental no filme de 1981) que é simplesmente jogada fora...
Pode-se argumentar que não precisamos ser fiéis ao mito para fazer um bom filme. Concordo. Se o resultado for bom. Neste sentido, um quase-acerto do filme foi trocar a motivação de Perseu – que no mito original e no filme de 1981 faz tudo simplesmente pelo espirito de aventura ou por sua paixão pelas mulheres (sua mãe, Atenas e Andrômeda). Na nova versão ele faz tudo em nome de uma revolta contra os Deuses, de quem os homens estão fartos de serem manipulados (e estão igualmente revoltados, dispostos a lutar contra isso).
Atenção, spoiler!
Por que um quase acerto? Porque Perseu a partir de um certo ponto passa a ser ajudado secretamente por Zeus, e, após ter concluído sua missão, aceita sua origem divina, numa clara tentativa de dar novamente uma conotação cristã à história, tangenciando a história de Perseu à de Cristo, de uma maneira muito artificial.
Outra presença espúria, se bem que bem vinda, pois humaniza um pouco o herói, é Io, uma mortal tornada imortal pelos caprichos dos Deuses, que acompanha o grupo amenizando o cenário agressivo da jornada.
Como aspectos positivos, pode-se destacar a aventura em si e as lutas contra os monstros: Calibus (que na versão samba-do-crioulo-doido de 2010 é Acrisio, o esposo traído da mãe de Perseu), os escorpiões gigantes, a Medusa e o Kraken.
Referências
Ao filme original: a cena de abertura, onde se começa a contar a história pelo céu, o caixão onde Perseu e sua mãe foram jogados no mar, a caracterização da Medusa e a já citada coruja metálica.
À Guerra nas Estrelas: em um determinado momento, Perseu recebe uma espada que lembra muito uma espada de luz. Em outro momento, o grupo encontra seres que são um cruzamento do General Greivous com o Povo da Areia.
Conheço a versão de 81, Álvaro, de que gosto muito. A coruja metálica, na época, foi um dos efeitos que mais me encantaram. Provavelmente verei essa versão crioulo doido 2010, quando mais não seja, pelos efeitos especiais...rs
ResponderExcluirAbraço
Olha, eu poderia dizer que refilmagens são sempre complicadas, mas eu prefiro achar que, via de regra, elas são mesmo é muito mal feitas. Definitivamente a versão de 81 é superior. Nenhum efeito especial/digital/3D supera uma história bem contada. Cinema hoje não é sétima arte, é entretenimento caça-níquel, infelizmente, ainda que hajam raras excessões.
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