quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Marvel – 40 anos no Brasil

Marvel – 40 anos no Brasil 
Vários autores
Editora: Panini
Páginas: 336
Ano: 2007

Sinopse: Álbum que compila 14 HQs contando a histórias dos principais momentos dos 40 anos de Marvel no Brasil.

Há aproximadamente 40 anos atrás, mais precisamente no dia 13 de maio de 1967 surgiu para o publico paulista, nas tardes de segunda à sexta, na recém criada TV Bandeirantes, uma série de desenhos animados batizada de Super Heróis Shell. Paralelamente, nos postos Shell, foram lançados números zeros três revistas pela Editora Ebal: Capitão América e Homem de Ferro, Hulk e Príncipe Submarino e Thor.

Isso causou uma revolução na edição dos quadrinhos do Brasil, ampliando seu público e trazendo de forma sistemática e contínua a presença da Marvel no país.

A edição comemorativa, lançada pela Panini Comics, narra cada um dos eventos importantes desta trajetória, marcada por trocas de editoras, crises de queda de público e acertos e erros nas políticas editoriais. No texto introdutório de Gonçalo Junior e Fernando Lopes, a história da edição da Marvel no Brasil é bem destrinchada, exceto na parte da Abril, onde os cortes absurdos que a editora praticava foram suavizados na matéria.

Além de contar esta história, os editores pinçam deste vasto e rico passado 14 histórias para tentar pegar um pouco do espírito da Marvel no Brasil.

Qualquer seleção vai incluir alguma coisa e excluir muita coisa e por mais que se tente ser objetivo ou imparcial, a escolha recairá nas preferências pessoais do editor e sempre ficaremos nos perguntado por que estas e não outras histórias.

Creio que o editor conseguiu captar o espírito da Marvel ao selecionar a primeira aparição do Galactus (“A Incrível Saga do Surfista Prateado”) ou a saga “Dias de um Futuro Esquecido”, dos X-Men. Mas falha ao tentar captar o espírito da Marvel no Brasil.

As histórias são as seguintes Quarteto Fantástico - A incrível saga do Surfista Prateado de Stan Lee (roteiro), Jack Kirby (desenhos); Os Vingadores - O assassino de deuses de Jim Shooter (roteiro), John Byrne (desenhos); Homem de Ferro - Demônio na garrafa de David Michelinie (roteiro) e John Romita Jr. (desenhos); X-Men - Dias de um futuro esquecido de Chris Claremont (roteiro) e John Byrne (desenhos); Demolidor - Roleta Russa de Frank Miller (roteiro e arte); Homem-Aranha - O menino que colecionava Homem-Aranha! de Roger Stern (roteiro) e Ron Frenz (desenhos); Capitão América - Lar em chamas de Roger Stern (roteiro) e Frank Miller (desenhos); Wolverine e Chispinha - Animal ferido de Chris Claremont (roteiro) e Barry Windsor-Smith (argumento e arte); Estigma de Jim Shooter (roteiro) e John Romita Jr. (desenhos); Homem-Aranha 2099 de Peter David (roteiro) e Rick Leonardi (desenhos); Hulk - Para que as trevas não sobrevenham de Peter David (roteiro) e Gary Frank (desenhos); X-Men Millennium - Não tem de ser assim de Mark Millar (roteiro) e Adam Kubert (desenhos); Esquadrão Supremo - Contato de J.M. Straczynski (roteiro) e Gary Frank (desenhos).

 Ao se ler as histórias não se sente a passagem do tempo e o efeito das mudanças de políticas editoriais: a ausência de cronologia até a chegada da editora Abril (estabelecendo uma cronologia brasileira, pondo ordem na casa), as mudanças nos critérios de tradução (por exemplo, o português corretíssimo e pasteurizado da Ebal e a sua mania de mudar nome de personagens, o excesso de carioquês da RGE e a tradução feita de acordo com o falar próprio personagens que hoje é praticada).

Merece destaque a edição fac-similada do numero zero do Capitão América e Homem de Ferro da Ebal, que acompanha a edição. Nele pode se sentir três coisas a respeito da Ebal:


  • Português corretíssimo. Esta era uma preocupação da Ebal em todas as suas publicações visto que havia um preconceito generalizado na época contra os quadrinhos como uma fonte de “deseducação”.

  • Mudança de nomes de personagens: quem são Felisberto e Pimentinha que aparecem no Homem de Ferro?

  • Ausência de cronologia. Em sua “primeira” aventura, o Homem de Ferro enfrenta diversos ex-inimigos em sonho cujas histórias só serão publicadas bem mais tarde.
Álvaro A L Domingues
publicado originalmente no Homem Nerd em 21/01/2008

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