sábado, 2 de fevereiro de 2013

Django - Tarantino homenageia o Western Spaghetti


Django Livre
Título Original: Django Unchained
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Samuel L. Jackson, Walton Goggins, James Remar
Produção: Estados Unidos
Ano: 2012


Sinopse: Um caçador de recompensas de origem alemã, encontra-se com um mercador de escravos, pois entre os escravos está Django, uma pessoa que é capaz de reconhecer três foragidos da lei, com a cabeça a prêmio. Django é libertado e os dois passam a ser parceiros.

Em meados dos ano 1966 os italianos causaram uma grande quebra de paradigma num dos pilares da cultura norte americana: criaram o western spaghetti. O estilo italiano de fazer western era: enredos simples, caracterização dos personagens sem glamour (feios, sujos e mal vestidos), cenários igualmente decadentes (ruas enlameadas, casas e comércio toscos) e muita violência.

Um dos filmes que estabeleceu os parâmetros foi Django, do diretor Sérgio Cobburci. Ele contém todas as características apontadas especialmente na questão “violência”: mulheres sendo chicoteadas, mãos esmagadas e principalmente, tiroteios, a ponto de ser banido na Inglaterra até 1993.


Um prato feito para Tarantino, que acrescentou um dedo a mais de sangue, sua assinatura. Tarantino não se propôs a simplesmente refilmar Django. Deu um novo contexto, situando-o no conflito racial pré Guerra da Secessão, deu-lhe novos inimigos e uma motivação de salvar sua esposa e não vingá-la (como no original) e um companheiro de luta alemão. Acrescentou uma boa dose de humor, por fim, mudou a etnia do personagem: Django agora é um escravo fugitivo. Mas manteve a sua principal característica: o personagem fala pouco e atira muito. E seus diálogos parecem tiroteio.

Sabiamente, Tarantino manteve a trilha original, um dos pontos altos da primeira versão de Django, mas perdeu ao não usar o caixão que Django carregava no início do filme, arrastando-o atrás de si (a cena foi aproveitada até num filme brasileiro da Boca do Lixo, o hilariante Um pistoleiro chamado Papaco).

As atuações dos atores estão primorosas, com destaque para o vilão, Mr Candie, representado o por Leonardo DiCarpio.

Um detalhe: Franco Nero, que representou o primeiro Django, faz uma ponta no filme. Os dois “Djangos” tem um diálogo, algo assim:

– Qual é seu nome?
– Django.
– Soletre.
– D-J-A-N-G-O. O D é mudo.
– Eu sei.

Um bom filme. Uma excelente homenagem ao gênero.





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