Autores: Ademir Pascale (org),
Roberto de Sousa Causo, Miguel Carqueija, Luciana Fátima, Álvaro Domingues,
Estevan Lutz, Allan Pitz, Mariana Albuquerque. Apresentação: André Carneiro.
Ensaio: Edgar Indanlecio Smaniotto. Orelha: Jorge Luiz Calife.
Editora: Estronho
Ano: 2011
120 páginas
Sinopse: Oito contos que têm
por base a viagem no tempo. Os, autores, convidados por Ademir Pascale, tiveram
total liberdade para criar, tendo como único parâmetro o tema. O resultado
foram histórias que abrem um bom leque de visões sobre o assunto.
Déja-vù: O Forte – Roberto de Sousa Causo
Uma mulher com uma doença terminal busca em uma viagem, um pouco de realização
pessoal antes de morrer. Ao visitar um antigo forte, se vê transportada para
uma batalha, século atrás, onde é um dos soldados em luta. A descrição ação e
dos pensamentos da personagem ao ser surpreendida no passado, como suas dúvidas
e angústias no presente estão muito bem realizados. Há uma ligeira referência a
uma possível vida passada, à qual a personagem se transporta, mas isso não é
fundamental para o enredo. A preocupação de Causo é uma reflexão sobre a vida,
o sofrimento e a morte. Profundo.
A Velha Canção do Marinheiro
– Ademir Pascale
O ponto de partida de Pascale são as experiências feitas no navio
Eldridge, durante a Segunda Guerra, para torná-lo invisível, que segundo alguns,
tiveram resultados inusitados e dramáticos, com parte da tripulação desaparecida.
O fato é bastante explorado na literatura especulativa de não-ficção, com
algumas teorias mirabolantes. O conto é narrado em primeira pessoa e centra-se
no drama pessoal de um destes marinheiros que a cada 72 horas é transportado
para outra época. O que mantém sua sanidade é a esperança de um dia numa destas
viagens reencontrar-se com sua noiva. Angustiante. Nota dez para referência ao
poema “A Balada do Velho Marinheiro”, de Coleridge.
A Difícil Arte de Lidar com
Patrulheiros do Tempo – Miguel Carqueija
Um cientista é visitado por um patrulheiro do tempo, que tem como
missão matá-lo, pra evitar um desastre futuro. O conto é centrado na tentativa
do cientista em convencer o patrulheiro a não matá-lo. O humor da situação dá o
tom.
Pelas Badaladas do Tempo – Luciana
Fátima
A autora opta por descrever a viagem no tempo como se fossem devaneios,
conduzidas pelo badalar de sinos diferentes em diferentes épocas. Para ser um
poema, falta apenas a rima e a métrica. Nostálgico.
Modelo do Ano – Álvaro Domingues
Dois nerds, que especulam sobre viagens no tempo, ao terminar a
faculdade se separam e, dez anos depois, se reencontram. Este conto é de minha
autoria. Apenas vou dizer que foi muito divertido escrevê-lo, já que é um conto
com muito humor. Espero que os leitores se divirtam tanto quanto
eu.
A Máquina da Insanidade – Estevan
Lutz
Este pode ser considerado o que tem o maior apelo científico dos contos
deste volume. O autor especula sobre o determinismo do Universo de uma maneira
muito inteligente.
O Último Trem para Plêiades –
Allan Pittz
Alienígenas levam um homem comum para ver um planeta similar à Terra onde pode observar o futuro do que poderia nos acontecer. Dizer
mais do eu isto vai gerar spoilers desnecessários. Outro conto que tem uma boa
dose de humor, sobretudo no desfecho, mas nos faz pensar.
Contra o apagar das Luzes – Mariana Albuquerque
Poderemos lutar contra o inevitável? Uma constatação amarga aguarda temponautas que tentam evitar um desastre de grandes proporções. Para reflexão. Excelente texto.
Fechando o livro a há o ensaio Viagem
no Tempo na Ficção Científica Brasileira: de Observadores a Viajantes do Tempo,
de Edgar Indanlecio Smaniotto. O
ensaio lança luz sobre esta vertente da FC, escrita no Brasil, desde as primeiras
narrativas, onde o futuro ou o passado era observado por meio de algum aparelho
tecnológico (por exemplo o poriviroscópio
de Monteiro Lobado) ou mágico (O Copo
de Cristal, de Jeronymo Monteiro)
até as incursões da Intempol. Muito bom.
Alvaro, gostei muito da sua resenha também. E devo dizer que gostei bastante do seu conto também.
ResponderExcluirAbraço,
Daniel
Oi, Álvaro, cadê o conto da Mariana?
ResponderExcluirbeijos!
Martha devidamente corrigido! Espero que a Mariana me perdoe!
ResponderExcluirGostei da resenha. Queria conhecer o seu conto, Álvaro.Abraço
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