sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Time Out – Os viajantes do tempo

Time Out – Os viajantes do tempo
Autores: Ademir Pascale (org), Roberto de Sousa Causo, Miguel Carqueija, Luciana Fátima, Álvaro Domingues, Estevan Lutz, Allan Pitz, Mariana Albuquerque. Apresentação: André Carneiro. Ensaio: Edgar Indanlecio Smaniotto. Orelha: Jorge Luiz Calife.
Editora: Estronho
Ano: 2011
120 páginas

Sinopse: Oito contos que têm por base a viagem no tempo. Os, autores, convidados por Ademir Pascale, tiveram total liberdade para criar, tendo como único parâmetro o tema. O resultado foram histórias que abrem um bom leque de visões sobre o assunto.

Déja-vù: O Forte Roberto de Sousa Causo
Uma mulher com uma doença terminal busca em uma viagem, um pouco de realização pessoal antes de morrer. Ao visitar um antigo forte, se vê transportada para uma batalha, século atrás, onde é um dos soldados em luta. A descrição ação e dos pensamentos da personagem ao ser surpreendida no passado, como suas dúvidas e angústias no presente estão muito bem realizados. Há uma ligeira referência a uma possível vida passada, à qual a personagem se transporta, mas isso não é fundamental para o enredo. A preocupação de Causo é uma reflexão sobre a vida, o sofrimento e a morte. Profundo.

A Velha Canção do Marinheiro – Ademir Pascale
O ponto de partida de Pascale são as experiências feitas no navio Eldridge, durante a Segunda Guerra, para torná-lo invisível, que segundo alguns, tiveram resultados inusitados e dramáticos, com parte da tripulação desaparecida. O fato é bastante explorado na literatura especulativa de não-ficção, com algumas teorias mirabolantes. O conto é narrado em primeira pessoa e centra-se no drama pessoal de um destes marinheiros que a cada 72 horas é transportado para outra época. O que mantém sua sanidade é a esperança de um dia numa destas viagens reencontrar-se com sua noiva. Angustiante. Nota dez para referência ao poema “A Balada do Velho Marinheiro”, de  Coleridge.

A Difícil Arte de Lidar com Patrulheiros do Tempo – Miguel Carqueija
Um cientista é visitado por um patrulheiro do tempo, que tem como missão matá-lo, pra evitar um desastre futuro. O conto é centrado na tentativa do cientista em convencer o patrulheiro a não matá-lo. O humor da situação dá o tom.

Pelas Badaladas do Tempo – Luciana Fátima
A autora opta por descrever a viagem no tempo como se fossem devaneios, conduzidas pelo badalar de sinos diferentes em diferentes épocas. Para ser um poema, falta apenas a rima e a métrica. Nostálgico.

Modelo do Ano – Álvaro Domingues
Dois nerds, que especulam sobre viagens no tempo, ao terminar a faculdade se separam e, dez anos depois, se reencontram. Este conto é de minha autoria. Apenas vou dizer que foi muito divertido escrevê-lo, já que é um conto com muito humor. Espero que os leitores se divirtam tanto quanto eu.

A Máquina da Insanidade – Estevan Lutz
Este pode ser considerado o que tem o maior apelo científico dos contos deste volume. O autor especula sobre o determinismo do Universo de uma maneira muito inteligente.

O Último Trem para Plêiades – Allan Pittz
Alienígenas levam um homem comum para ver um planeta similar à Terra onde pode observar o futuro do que poderia nos acontecer. Dizer mais do eu isto vai gerar spoilers desnecessários. Outro conto que tem uma boa dose de humor, sobretudo no desfecho, mas nos faz pensar.

Contra o apagar das Luzes – Mariana Albuquerque
Poderemos lutar contra o inevitável? Uma constatação amarga aguarda temponautas que tentam evitar um desastre de grandes proporções. Para reflexão. Excelente texto. 

Fechando o livro a há o ensaio Viagem no Tempo na Ficção Científica Brasileira: de Observadores a Viajantes do Tempo, de Edgar Indanlecio Smaniotto. O ensaio lança luz sobre esta vertente da FC, escrita no Brasil, desde as primeiras narrativas, onde o futuro ou o passado era observado por meio de algum aparelho tecnológico (por exemplo o poriviroscópio de Monteiro Lobado) ou mágico (O Copo de Cristal,  de Jeronymo Monteiro) até as incursões da Intempol. Muito bom.

4 comentários:

  1. Alvaro, gostei muito da sua resenha também. E devo dizer que gostei bastante do seu conto também.

    Abraço,

    Daniel

    ResponderExcluir
  2. Oi, Álvaro, cadê o conto da Mariana?

    beijos!

    ResponderExcluir
  3. Martha devidamente corrigido! Espero que a Mariana me perdoe!

    ResponderExcluir
  4. Gostei da resenha. Queria conhecer o seu conto, Álvaro.Abraço

    ResponderExcluir