quarta-feira, 6 de julho de 2011

Os Mistérios do Mundo Negro

Os Mistérios do Mundo Negro
Autor: Miguel Carqueija e Gabriel Coelho
Editora: Hiperespaço (amadora)
Ano: 2011
40 páginas

Sinopse: A esposa de Bucler Elizondo está tendo pesadelos com um cão negro e busca Alice Chantecler para que a ajude. Alice é uma vidente e percebe que há algo mais que um sonho atormentando aquela mulher.

Miguel e Gabriel retomam a personagem que já havia sido heroína em “As Luzes de Alice” e mais uma vez enfrentará as forças do mal, na mesma estação espacial onde ocorreram os acontecimentos narrados na primeira noveleta.

O enredo é típico de mistério, descoberta e enfrentamento, que tanto agrada Carqueija. O texto é trabalhado misturando o sobrenatural com o tecnológico. Apesar o enredo se passar numa estação espacial, os antagonistas são vistos como algo sobrenatural e não se busca nenhuma explicação científica para os fatos. Isso é aceito por todos, mesmo aqueles que menosprezam o trabalho da vidente Alice, primeiro porque não há tempo hábil para pesquisar coisa alguma e, segundo, porque a administração da estação quer se livrar dos problemas sem que se investigue muito. Há algo sendo escondido, o que dá o tom pra manter o interesse na leitura e para continuações. Por outro lado, Alice se contenta em enfrentar o mal sem se preocupar com explicações outras, apenas baseada no que sente através de sua vidência.

Um outro aspecto a se ressaltar é que o horror coexiste com o humor, que costuma aparecer em alguns dos textos de Carqueija.

Carqueija e Gabriel continuam a ser amarrados pelo tamanho do da narrativa. O enredo proposto pedia um pouco mais de desenvolvimento, ainda que dirigido ao público mais jovem. Isso frusta um pouco o leitor ávido por leitura.

Sugiro aos autores: se houver uma boa resposta, pensem em ampliar um pouco mais o enredo, nas próximas continuações, se houver. Trabalhem o ambiente, dêem mais profundidade aos personagens e desenvolvam mais a trama. Afinal, uma estação colocada no espaço, com algum segredo oculto, que flerta com mas forças do mal é uma ideia muito boa, que com certeza dá pano pra muita manga.

O texto continua fluído e agradável de ler, mas nota-se que é mais rápido e mais próximo de uma HQ. Essa aceleração talvez se deva à presença de Gabriel Coelho, pois foi no ritmo que notei a principal diferença entre os dois textos. 

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