Clint Estwood foto promocional
Dia 12 de Janeiro foi publicada a Lei15301/2014 do Estado de São Paulo proibindo a fabricação e vendas
de armas de brinquedo no Estado de São Paulo.
Isso me remeteu a minha infância
quando havia uma campanha pelo desarmamento infantil (que foi ressuscitada recentemente) e meu pai
decidiu não mais comprar armas de brinquedo para mim. Porém as
brincadeiras de rua eram todas baseadas em tiros, exércitos e
similares. A solução foi eu fabricar minhas próprias armas pra
poder participar, construindo-as com monte-pinos, um
brinquedo da época com pinos que podiam ser encaixados uns nos
outros. Cheguei a fazer um revolver com tambor.
O curioso é que meu pai tinha uma arma
em casa, uma pistola 45. A arma nunca chegou a ser usada e eu cresci
me tornando pacifista.
O que esperam os legisladores? Evitar
que as crianças se tornem bandidos do futuro (como o slogan
da campanha de desarmamento infantil da minha infância “Hoje mocinho, amanhã
bandido”)?
Parte das brincadeiras de criança
produzem o que se chama de catarse, uma liberação de tensões a
partir do drama que se desenrola na brincadeira. Na vida real as
crianças não são nem policiais nem bandidos, mas fingem ser. Aliás
o difícil na brincadeira é encontrar vilões, por que todos querem
ser heróis. Normalmente isso é resolvido por um rodízio ou por um
sorteio, ou se luta contra vilões imaginários. Após a brincadeira
todos vão pra casa mais leves, pois as frustrações foram
descarregadas pelos tiros imaginários contra os vilões imaginários.
O professor que me deu uma nota baixa não precisara morrer de verdade,
pois ele se transformara no comandante das tropas inimigas,
vergonhosamente derrotadas.
Ao impedir a catarse, os nossos
governantes podem estar atingindo o efeito oposto. É como suprimir o
pino da panela de pressão. Uma metáfora interessante é o do filme
Gremlin. O bonzinho carregava dentro de si todas as distorções
sociais.
Brinquei muito de polícia e bandido na minha infância e hoje aos 40 anos nunca senti a necessidade de portar uma arma de fogo. As crianças de hoje são criadas em bolhas e a violência é tremendamente maior que na minha época. Excelente texto.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Paulo.
ExcluirMuito bom o post amei vou sempre visitar seu blog !!
ResponderExcluirexcelente post !!
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