Título
Original: Women who runs with de Wolves
Autor:
Clarissa Pinkola Estés
Tradução:
Waldéa Barcelos
Editora:
Rocco
Ano :
1994
628
páginas
Sinopse:
Onde está o espírito da mulher, sufocado por séculos de negação
de sua origem, por uma suposta civilização que cerceia muitas
manifestações do feminino? A busca por esta origem nas histórias
transmitidas oralmente através de mitos de vários povos e contos de
fadas norteou o trabalho de Clarissa Pinkola Estés.
Psicanalista
de contornos junguianos (embora os transcenda neste trabalho), a
autora coleta e ordena contos que vão revelando esta mulher
selvagem, sufocada por séculos de uma civilização que privilegia o
patriarcado. Além desta pesquisa sistemática, Clarissa se apoia em
uma vasa experiência enquanto psicoterapeuta, sobretudo no
tratamento de mulheres.
Sua
função não é levantar bandeiras, mas simplesmente fazer uma
abordagem que valoriza o feminino e traz uma luz extremamente clara e
brilhante sobre quem é a mulher e mostrar sua estrutura psíquica.
O
livro provoca, sobretudo nos homens com alguma consciência em
relação ao feminino, uma reflexão sobre o que a humanidade tem
perdido ao sufocar a livre manifestação do que ela chama “mulher
selvagem”. A lenta transformação social, onde passamos do campo
para a cidade, do matriarcado para o patriarcado e do paganismo para
o cristianismo, mutilou ou tentou esconder os registros do seu
passado, mas as tradições antigas, ainda que deturpadas em versões
censuradas de contos de fadas e lendas antigas, conseguem falar em
voz alta, amplificadas pelo magnífico texto de Clarissa.
Aconselho
a meus colegas escritores que se dignem a ler este livro para que
seus personagens femininos tenham uma dimensão maior, reconhecendo a
riqueza da estrutura psíquica das mulheres.
Para
quem é do sexo masculino e lê este livro com a mente aberta, talvez
fique a impressão de que não foi só a psique da mulher que foi
mutilada neste processo “civilizatório”. Será que o homem
selvagem seria realmente a
imagem da caricatura do troglodita com um porrete na mão, arrastando
uma mulher pelos cabelos? Será que nós homens nunca respeitamos o
feminino em nossa história sobre este planeta? Ou fomos igualmente
sufocados por uma sociedade (na realidade uma elite ou de reis ou de
sacerdotes) que nos impôs um papel que não queríamos realmente
assumir?
É
bom começar a olhar por este ângulo.
Nerd
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Mulheres que correm com os Lobos. Clarissa Pinkola Estés. Editora Rocco.
Livraria Cultura
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